BAZÓFIAS
«Os últimos autoelogios de Jorge Jesus, empolgado com a bela exibição do Sporting em Madrid, surgiram na pior altura. Não pelo justo orgulho do técnico na sua capacidade – uma vitória em Camp Nou ou uma derrota na Arrentela manteriam tanto os seus méritos como os deméritos – mas pelo catastrófico efeito que não terão deixado de produzir nos jogadores, ‘destruídos’, quatro dias antes, pelo camartelo do Bernabéu.
Foram esses profissionais generosos, que estiveram à beira de fazer história no futebol, que ouviram o seu treinador, antes de uma partida que se sabia difícil, dizer que não tinha o melhor plantel – ou seja, os jogadores com que trabalha são banais – mas tinha a melhor equipa porque a diferença está no treinador... Palavras insensatas as de JJ, proferidas em tempo inadequado, uma vez que o foco devia estar na recuperação anímica e psicológica dos seus homens e não na glorificação da sua excelsa pessoa.
Antes de lhe construírem uma represa nas margens, em Coimbra, o rio Mondego era conhecido por ‘Bazófias’ porque transbordava no Inverno, para se reduzir, no Verão, a um fiozinho de água. No futebol, hoje é-se ‘special’, amanhã perdem-se jogos consecutivos e enfrenta-se o despedimento. Não adianta cantar a vitória eterna porque a derrota, mais cedo ou mais tarde, aparece. E às vezes aos pares, como é o caso. Depois, não é bonito ver, pelo menos eu não gosto, "o grande Jorge Jesus" de que bem falava há dias o diário ‘Marca’, ser hoje o grande motivo da chacota popular.
Mas dou-lhe alguma razão no conceito "a diferença está no treinador". Ontem, esteve em Capucho.»
(Alexandre Pais, Canto Directo, in Record)«Os últimos autoelogios de Jorge Jesus, empolgado com a bela exibição do Sporting em Madrid, surgiram na pior altura. Não pelo justo orgulho do técnico na sua capacidade – uma vitória em Camp Nou ou uma derrota na Arrentela manteriam tanto os seus méritos como os deméritos – mas pelo catastrófico efeito que não terão deixado de produzir nos jogadores, ‘destruídos’, quatro dias antes, pelo camartelo do Bernabéu.
Foram esses profissionais generosos, que estiveram à beira de fazer história no futebol, que ouviram o seu treinador, antes de uma partida que se sabia difícil, dizer que não tinha o melhor plantel – ou seja, os jogadores com que trabalha são banais – mas tinha a melhor equipa porque a diferença está no treinador... Palavras insensatas as de JJ, proferidas em tempo inadequado, uma vez que o foco devia estar na recuperação anímica e psicológica dos seus homens e não na glorificação da sua excelsa pessoa.
Antes de lhe construírem uma represa nas margens, em Coimbra, o rio Mondego era conhecido por ‘Bazófias’ porque transbordava no Inverno, para se reduzir, no Verão, a um fiozinho de água. No futebol, hoje é-se ‘special’, amanhã perdem-se jogos consecutivos e enfrenta-se o despedimento. Não adianta cantar a vitória eterna porque a derrota, mais cedo ou mais tarde, aparece. E às vezes aos pares, como é o caso. Depois, não é bonito ver, pelo menos eu não gosto, "o grande Jorge Jesus" de que bem falava há dias o diário ‘Marca’, ser hoje o grande motivo da chacota popular.
Mas dou-lhe alguma razão no conceito "a diferença está no treinador". Ontem, esteve em Capucho.»
Julgo que haverá uma história de 110 anos por detrás da peculiar idiossincrsia do universo leonino que, mais do que discutir as razões da sua existência, importará reconhecer e combater, muito particularmente em tudo aquilo que comportar de nefasto para uma forma de estar e felicidade de quase quatro milhões de adeptos. A menos que todos fossemos felizes de cada vez que déssemos com os "burros na água", o que, a julgar por mim e pela generalidade dos leões mais próximos, não acontecerá de todo.
Pouco ou nada mesmo importará estabelecer paralelos com outras massas adeptas. Que tratem dos seus problemas e pensemos nós nos nossos. Mas... seremos um pouco como o rio Mondego ao passar por Coimbra: ora caudaloso e transbordante, ora reduzido a um fiozinho de água. Bazófias?! Não sei se será esse o termo certo que, parecendo-me excessivo, será fácil de reconhecer que seremos muitos assim no nosso seio. Uns mais, outros menos, mas a patologia vive connosco, com Bruno de Carvalho e Jorge Jeus no topo da pirâmide e depois todos nós a seguir!...
Não me custa absolutamente nada reconhecer isso em mim. Mas quem serei eu que, não "sendo esperto nem bruto, nem bem nem mal educado, serei apenas o produto da selva em que fui criado"?! Nasci e fui criado no meio de leões e serei assim até à ultima jornada do meu campeonato. Mas quanto sofro com esta maneira de ser, pensar e sentir?! Muito, como ontem!...
Acho que deveríamos construir em torno do nosso mundo, um açude! Que permitisse pôr termo as estas flutuações de "caudal" que se verificam em nós! Creio que seria mais fácil alcançar a felicidade em águas calmas, tranquilas e sem grandes alterações de nível...
O problema é que já vamos em 15 anos!...
Leoninamente,
Até à próxima
Tens razao
ResponderEliminarFazer mais e falar menos!
ResponderEliminarEu que sou um grande critico deste blog só tenho de aplaudir esta atitude de grande humildade, suficiente para fazer auto critica publicamente.
ResponderEliminarParabens.
Se não gostas, porque é que andas por cá?
EliminarTalvez para ensinar pessoas como o senhor A Martins a saber interpretar o que aparentemente consegue ler- eu escrevi que sou critico, não disse que não gostava.
EliminarA iliteracia é desculpável, por isso vou dar um desconto á ignorância do seu comentário intrometido, pois acho que a capacidade intelectual que o autor deste blog já amplamente demonstrou dispensa a sua tentativa canhestra de encarnar o advogado do diabo.
Alguém que tente passar a mensagem à estrutura do Sporting e a JJ que muitas vezes "é preciso coragem para falar, mas outras é necessária ainda mais coragem para estar calado".
ResponderEliminarJúlio Antunes