O artigo 44-A
«Já escrevi, nesta coluna, o que penso sobre a proposta de introdução do voto à distância.
O assunto, tem, previsivelmente, levantado grande polémica junto do universo sportinguista. Tenho visto argumentos de toda a natureza, que respeito, mas gostaria de acrescentar três coisas ao que já disse.
A primeira: todos os sistemas de votação têm as suas fragilidades e os seus riscos. Para mim, porém, preferirei sempre o que acrescenta democracia, porque entendo que as decisões magnas da vida do Sporting são tomadas por um número ridiculamente baixo de sócios.
Competirá à Direcção, se aprovado o novo artigo, implementar sistemas rigorosos de controlo da genuinidade do voto. Agitar papões de manipulação, sem saber do que se fala, parece-me prematuro e até retrógrado, face ao que já se pratica em muitas instituições – a minha Ordem, por exemplo – com o voto à distância.
A segunda: considero do maior paternalismo e condescendência defender que os sócios só podem votar depois de o ponto ser discutido em assembleia geral. O sócio, no seu livre critério e arbítrio, se se sentir esclarecido vota, se não se sentir aguarda até estar. É uma decisão pessoal, que dispensa tutelas iluminadas, ponto é que a informação seja completa, clara e distribuída a tempo e horas.
A terceira: como é clássico nestas alturas surgem os movimentos da ordem, a profetizar as desgraças apocalípticas do costume. Esta medida da democratização do voto à distância tem ainda por efeito diminuir os riscos de adulteração das reuniões, mediante aquelas práticas constrangedoras que, infelizmente, ainda estão na nossa memória.
Não estranho, pois, que haja, quem, se oponha; pessoalmente, sei o que querem e não é esse o meu caminho.
As naus de Vasco da Gama chegaram à Índia e marcaram uma nova era de Portugal, mesmo com a arenga do Velho do Restelo. Naus já não temos, mas os descrentes foram ficando.»
O meu convicto aplauso!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário