«Gian Piero Gasperini está a procurar restaurar uma Atalanta ultracompetitiva e de futebol estimulante, com o fito de retornar ao universo Champions, que ocupou entre 2019 e 2022, empurrada por Papu Gómez, Ilicic, Freuler, Gosens ou Zapata, jogadores que encerraram o seu ciclo nos bergamascos, abrindo espaço a uma renovação geracional por concluir. O percurso recente, com 4 jogos sem sofrer golos e 6 balizas-virgens em 8 jogos, até indicia que a base da reconstrução está na solidez do processo defensivo. O que não é verdade. Mesmo não sendo uma formação devota da posse, a deusa de Bérgamo, a partir de uma organização estrutural que salta, com enorme facilidade, entre o 3x4x2x1 e o 3x4x1x2, sobressai pela ferocidade empregue no processo ofensivo e na chegada a zonas de finalização.
Para tal, a Atalanta varia entre um jogo mais directo – que, com o baixar de De Roon para o espaço entre os centrais, libertando os exteriores, busca atrair a pressão do rival para depois atacar com veemência as costas da última linha, assaltada pelo tridente móvel da frente – e a imposição do seu jogar no meio-campo ofensivo, não prolongando os tempos de posse, mas apostando em muita mobilidade. Aí, faz-se valer da contundência empregue no jogo exterior, com laterais largos e profundos, que alternam a busca de zonas de finalização através de cruzamentos – muita incisividade do lateral do lado oposto a surgir ao segundo poste – com triangulações em que podem participar os avançados-interiores e os médios, que visam a chegada ao arco rival, tanto por intermédio de remates como de cruzamentos. Mas a deusa também é capaz de ser letal a instituir combinações rápidas no corredor central entre os três elementos do ataque, epilogadas com remates de dentro ou de fora da área, tanto em organização como na metamorfose da transição em contragolpes, e sabe fruir das bolas paradas: as frontais, através de Muriel, Koopmeiners ou Lookman; ou as laterais, com a presença imprescindível dos centrais, de Éderson e de De Ketelaere para o ataque à primeira e à segunda bola.
O envolvimento de muitos jogadores no processo ofensivo afiança uma reacção forte à perda e uma postura muito pressionante, crucial para algumas contratransições, mas a tendência para buscar permanentemente referências individuais e o excesso de exposição da última linha, posicionada alta e que arrisca nas saídas para fora-de-jogo, permitem que o adversário, se superada a pressão, encontre muitos espaços para perscrutar na transição defensiva da Atalanta. Tanto nas costas dos centrais como no espaço entre laterais (adiantados) e centrais, um aspecto em que Gyökeres pode ser preponderante. Além disso, em zonas médias e baixas, a reorganização em 5x4x1, permite encontrar, em organização, espaços dentro do bloco, além de ser visível alguma exposição dos laterais, que permite assaltar a área através de cruzamentos. Juntam-se ainda problemas na defesa de bolas paradas laterais – 2 dos 5 golos sofridos surgiram nesse tipo de lance –, reflexo de uma defesa com clara predominância pelo individual que pode ser surpreendida.
EQUIPA-TIPO (3x4x2x1): Carnesecchi – Rafael Tolói, Djimsiti, Kolasinac – Zappacosta, De Roon, Éderson, Ruggeri – Lookman, Koopmeiners – De Ketelaere.
Destaque individual: Koopmeiners
Haverá que ir para o jogo de Alvalade, a pensar no único resultado que interessa ao Sporting, sem alguma vez esquecer porém, que nunca fizeram mal a ninguém...
A cautela e os caldos de galinha!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário