terça-feira, 26 de julho de 2016

Será assim tão difícil alinhar as nove simples letras de C-O-R-R-U-P-Ç-Ã-O?!...


PARA INGLÊS VER

«Reunir à mesma mesa gente tão ilustre como José Mourinho, Pep Guardiola, Antonio Conte, Jürgen Klopp, Arsène Wenger e o ‘mágico’ Claudio Ranieri só é possível com uma qualidade de serviço de excelência, uma diversidade de oferta ilimitada e uma atmosfera deslumbrante. A Premier League é tudo isto, e muito mais. É o campeonato mais competitivo da Europa, com mais de cinco equipas como crónicos candidatos ao título (Manchester United, Manchester City, Chelsea, Arsenal e Liverpool) e ainda um qualquer Leicester disposto a arruinar as casas de apostas.

Para além de toda a atmosfera que gravita em torno do espectáculo, onde faltam apenas Cristiano Ronaldo e Messi para o elenco ser o melhor do Mundo, o poderio financeiro dos clubes (o Aston Villa, último classificado, recebeu 66 milhões de euros referentes aos direitos televisivos) permite outra abordagem ao mercado.

Inteligência é fundamental. Contudo, tudo isto não é sinal de sucesso. Arsène Wenger não ganha há 12 anos, Van Gaal falhou no United, Scolari falhou no Chelsea, Benítez desceu com o Newcastle. É fundamental entender a realidade competitiva da Premier League e não chegar ali com ideias preconcebias. José Mourinho já avisou que não se vai focar apenas no City de Guardiola porque, "se nos focarmos em uma equipa e um adversário, os outros riem-se". Por sua vez, Pep explicou que chegou à Premier League "para aprender, sem qualquer ideia preconcebida". Esta noção da realidade ajuda a explicar o porquê de vencerem tantas vezes. É verdade que o dinheiro ajuda, mas é preciso saber potencializar aquilo que ele permite.»
(António Bernardino, Factura Exposta, in Record)

Creio que António Bernardino ao expôr com talento as virtudes do "campeonato mais competitivo do mundo", decerto que nem por um segundo deixou de estabelecer o paralelo com "esta coisa nojenta e podre" a que alguns, pomposamente, colocaram o nome de "LIGA NOS" e em que vai vegetando o sector que o acolhe, onde só ele saberá com que dificuldade vai granjeando o seu sustento e o dos seus... 

E porque não o acredito incapaz de descobrir a razão fundamental que separa o "campeonato que os ingleses vêem" deste "campeonato tuga" que todos somos obrigados a ver, nem muito menos acredito que aquilo que ele considera e bem, como fundamental para o sucesso inglês, a inteligência, não exista no meio da nossa gente, a que decerto me permitirá que junte o talento nato para a prática deste desporto universal que comprovadamente se alberga no seio da nossa juventude, maior será o meu espanto por António Bernardino e muito milhares de camaradas seus de profissão, tardarem em não arranjar tempo e coragem para o denunciar essa razão fundamental.

Talvez até não fosse muito difícil que António Bernardino um dia acordasse com a disposição de passar a chamar à sua crónica... Fractura Exposta! Ou...

Será assim tão difícil alinhar as nove simples letras de C-O-R-R-U-P-Ç-Ã-O?!...

Leoninamente,
Até à próxima

6 comentários:

  1. Depois da vitória do Brexit a liga inglesa piorará. Com as condicionantes que a saída da UE implicará, limitação de estrangeiros, as equipas ficarão mais débeis. Até pode ser que isso seja benéfico para a banal, atualmente, seleção inglesa. Pois o que faz a diferença no campeonato inglês é os excelentes treinadores e jogadores que têm. A principal diferença entre os campeonatos inglês e português prende-se com a escala. Mesmo, que em Portugal, se jogasse limpo nas diferentes vertentes do jogo, a diferença de escala , entre ambas, é demasiado grande.

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    1. Pois o meu estimado amigo Helder Mestre terá de me perdoar, mas usando a tal "escala" que pretensamente sempre nos desfavorecerá, permita-me questioná-lo, sobre as razões porque na C-O-R-R-U-P-Ç-Ã-O o diabo da escala sempre se inverteu e, pelos vistos, continuará invertida?!...

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  2. Na minha conceção é mesmo um problema de escala. Se não vejamos: existe algum campeonato, de país com a mesma população ou aproximada que a de Portugal, melhor que o nosso? Muito dificilmente, Portugal, poderá fazer melhor em termos, de performances de clubes, do que se vem fazendo. Até acho que os ingleses, no contexto luso,fariam muito pior. Isto não me impede de dizer, que a nível de verdade desportiva, estamos a milhas dos britânicos. E a verdade desportiva deveria ser o principal factor a defender em qualquer competição desportiva. No entanto, apesar dessa falha clamorosa, o resultado final, ou seja, as performances desportivas, dos clubes portugueses, são bastante aceitáveis, tendo em conta os orçamentos que possuem. Quanto à pirâmide invertida: pode-me clarificar melhor o que quis dizer com essa expressão?

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    1. Diz o meu amigo Helder Mestre, que "a nível da verdade desportiva, estamos a milhas dos britânicos". Ora sendo por todos aceite o facto de que essa "verdade desportiva" aumenta na exacta medida do triunfo da luta contra a corrupção, tal significará que teremos em Portugal a tal escala de que o meu amigo fala, a funcionar ao contrário, portanto de modo inverso: maior corrupção determina menor verdade!...

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  3. A "nossa" Liga é assim mais uma...

    "Liga-nos" que é para bebermos um copo...!!

    SL

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    1. Ah meu amigo Max, eles não ligam uns aos outros apenas para beber um copo! Então e os "vouchers" para que servem? Aquilo eram almoços e jantares, bem regados é certo, mas com muita e caríssima substância pelo meio!...

      SL

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