A completar 10 anos desde a estreia na equipa principal do Sporting, o guarda-redes já está em Alvalade desde os 11 e renovou até aos 34. Não se cansa de ser leão e continua ambicioso.
RECORD: É o sexto jogador da história do Sporting com mais jogos pelo clube - 373 – e acabou de renovar até 2022. Acreditava que ia ser assim se lhe dissessem isto há dez anos, quando se estreou?
RUI PATRÍCIO – Quando estamos nos juniores ou nos juvenis queremos sempre chegar à equipa principal do Sporting. Mas não pensava em quantos jogos iria fazer ou até quando.
R: Muitos adeptos veem-no como um símbolo. Sente que é?
RP – Sou o jogador que está há mais anos no Sporting. Tenho 28 e estou lá desde os 11. É muito tempo. Já passei mais tempo no Sporting do que em casa dos meus pais. Com o passar dos anos e dos jogos é natural que comece a ser visto como um símbolo.
R: Percebe-se que está confortável no Sporting, mas a conta ao número de anos que leva no clube já vai de facto longa. Não cansa, tanto tempo?
RP – Estou confortável mas não estou acomodado. Quero trabalhar e evoluir todos os dias. É o meu principal objectivo. Mas não vivo obcecado com o meu futuro.
R: Conquistou duas Taças de Portugal (2007/08 e 2014/15) e duas Supertaças (2008 e 2015). Também esteve na pior classificação de sempre na Liga (7.º lugar, em 2012/13). Quais os melhores e os piores momentos por que passou em quase dez anos?
RP – Tem sido uma grande aprendizagem. Cresci como jogador e como homem. Passar por bons e maus momentos torna-nos mais fortes e faz-nos crescer.
R: Não teve um início fácil no Sporting. Foi importante para perceber ao que ia?
RP – Já o disse: é nos momentos mais difíceis que nós aprendemos mais. Foi muito bom passar por isso. Quando está a acontecer, custa. Mas dá gosto saber que depois disso vamos crescer.
R: Já atingiu a plenitude das suas capacidades?
RP – Não. Nem nunca vou pensar assim. Tenho 28 anos. Ainda tenho mais alguns de carreira. Sei que vou aprender mais.
R: Em 2022 terá 34 anos. Imagina-se a jogar até que idade?
RP – (Risos). Não sei. Terei 34, mas os guarda-redes costumam jogar até mais tarde. Quanto mais idade, melhor. Não há limite. Jogarei até conseguir (risos).
R: O melhor ainda está para vir?
RP – Sim. Estagnar, nunca.
R: Acredita que para o ano o Sporting estará mais forte. Com ou sem Rui Patrício?
RP – É muito difícil responder. Nem sei o meu dia de amanhã. Neste momento só estou focado no Euro. Vivo um dia de cada vez.
R: A hipótese de transferência interfere com o foco no Euro?
RP – É lógico que não. Tenho contrato com o Sporting. Nada vai interferir.
R: A propósito de ter contrato, como surgiu a oportunidade de renovar?
RP – Foi o clube que falou comigo. Foi fácil. O Sporting é um clube onde estou há muitos anos. É a minha segunda casa, quase a primeira. Não foi difícil chegarmos a acordo.
R: O presidente tem fama de ser duro a negociar…
RP – Nunca tive problemas com ninguém dentro do Sporting. Não era agora que ia ter. As coisas resolveram-se normalmente, não há nada a acrescentar.
R: Jogar numa liga mais forte do que a portuguesa ainda é um objectivo, é algo em que pensa?
RP – Se as coisas tiverem de acontecer, acontecem. É lógico que todos os jogadores têm a ambição de melhorar mais e mais, de quererem ser melhores. Quanto maior for a liga, melhor. Seja qual for a equipa, quantos mais e melhores jogadores existirem, mais se evolui. Faz parte. Não há dúvidas de que é assim.
R: É uma porta que não abre mas que também não fecha. Se tiver de acontecer, acontece.
RP – Sim. Não vivo obcecado com isso.
R: Pelo facto de ter muitos anos de Sporting, há quem acredite que acabará por fazer toda a carreira no clube porque não terá espírito de emigrante.
RP – Não sei quem é que diz isso. Repito, não vivo obcecado com isso. Tenho contrato com o Sporting e agora estou ao serviço da Selecção.
R: Era importante ser campeão no Sporting antes de sair?
RP – Tenho o sonho de ser campeão pelo Sporting. Este ano não conseguimos. Estivemos quase. Mas é um sonho, sem dúvida.
R: Paulo Bento é o treinador que mais o marcou?
RP – Vai ficar marcado na minha carreira. Foi ele quem me lançou não só no Sporting mas também na Selecção.
R: Como tem sido trabalhar com Jorge Jesus?
RP – Com todos os treinadores, o objectivo é evoluir. Com Jorge Jesus, Marco Silva, no ano passado, (Leonardo) Jardim, há dois anos. No Sporting ou na Selecção, treinadores principais, adjuntos ou de guarda-redes, quero é aprender. Com Jorge Jesus é igual.
R: Em que aspecto sente que evoluiu com ele nesta época?
RP – Não quero individualizar. Cada um tem a sua forma de ver o jogo e isso ensina-nos. Quanto mais ideias novas vamos assimilando, melhor.
(Rui Patrício, entrevista a Record, em 29/05/2016)
Está um senhor do futebol português, Rui Patrício!...
Leoninamente,
Até á próxima
Obrigado por colocares aqui a entrevista. Um abraços.
ResponderEliminarCom todos os defeitos que possa ter, e tem, como todos nós temos, isto é o GRANDE TRABALHO que BdC tem feito... Deixando o campo um bocadinho de lado... Ver os nossos, a dizer bem de nós e vê-los a orgulharem-se disso é algo que não víamos há muito... Ele é Rui, é Adrien, é Ruben, é Gelson, é Matheus, ..., ELE É SPORTING CLUBE DE PORTUGAL... O GRANDE...
ResponderEliminarOBRIGADO BdC
OBRIGADO SPORTING
SAUDAÇŌES LEONINAS
essa coisa do grande é relativa
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