NORMALIDADES INQUIETANTES
«Mais um ano de afastamento dos clubes cá do sítio das provas europeias. Estranho? Não, normalidade. Sem a ajuda dos deuses, e mesmo a bola sendo redonda, é de dureza 11 – mais duro que o diamante – um clube português voltar a chegar a uma final europeia. Cada ano mais cresce a hegemonia no futebol dos clubes alemães, ingleses e espanhóis. Penetrar nesse mundo de elites das elites, de absurdos milhões, só em sonhos... e morre nos sonhos. E precisamos de estaleca para lutar pelas migalhas. E até aí temos adversários poderosos.
O Porto abre combate para regressar ao topo. Pinto da Costa inicia mandato a mostrar acreditar ser capaz de recomeçar o sucesso. Normalidade. Mas, mostra não perceber que os tempos são outros e o seu discurso de eleito foi estranho, nele os seus adversários não são o Sporting e o Benfica mas o ‘Correio da Manhã’. Desconhecia que esse jornal estava a montar uma equipa de futebol com tal gabarito. Originalidades cá do burgo.
O Benfica "saiu de cabeça erguida", "reforçado", "orgulhoso" etc, etc, da Liga dos Campeões. Uma portentosa vitória moral, coisa bem portuguesa. Normalidade.
O Sporting estrebucha com o presidente a continuar, frenético, a utilizar as redes sociais para disparos em todas as direcções. Normalidade. Só que trouxe de Moreira de Cónegos três pontos de um golo-brinde de um juiz de linha distraído ou incompetente, numa exibição em que o medíocre é excesso de classificação. Este jogo exigiria reflexão leonina. Mas não...
Tudo normalidades. Normalidades inquietantes.»
«Mais um ano de afastamento dos clubes cá do sítio das provas europeias. Estranho? Não, normalidade. Sem a ajuda dos deuses, e mesmo a bola sendo redonda, é de dureza 11 – mais duro que o diamante – um clube português voltar a chegar a uma final europeia. Cada ano mais cresce a hegemonia no futebol dos clubes alemães, ingleses e espanhóis. Penetrar nesse mundo de elites das elites, de absurdos milhões, só em sonhos... e morre nos sonhos. E precisamos de estaleca para lutar pelas migalhas. E até aí temos adversários poderosos.
O Porto abre combate para regressar ao topo. Pinto da Costa inicia mandato a mostrar acreditar ser capaz de recomeçar o sucesso. Normalidade. Mas, mostra não perceber que os tempos são outros e o seu discurso de eleito foi estranho, nele os seus adversários não são o Sporting e o Benfica mas o ‘Correio da Manhã’. Desconhecia que esse jornal estava a montar uma equipa de futebol com tal gabarito. Originalidades cá do burgo.
O Benfica "saiu de cabeça erguida", "reforçado", "orgulhoso" etc, etc, da Liga dos Campeões. Uma portentosa vitória moral, coisa bem portuguesa. Normalidade.
O Sporting estrebucha com o presidente a continuar, frenético, a utilizar as redes sociais para disparos em todas as direcções. Normalidade. Só que trouxe de Moreira de Cónegos três pontos de um golo-brinde de um juiz de linha distraído ou incompetente, numa exibição em que o medíocre é excesso de classificação. Este jogo exigiria reflexão leonina. Mas não...
Tudo normalidades. Normalidades inquietantes.»
Com os males que grassam na casa dos outros eu durmo tranquila e serenamente todas as noites. Já o mesmo não me terá acontecido depois daquela "vitória de Pirro" em Moreira de Cónegos. Muito menos depois da derrota em Alvalade que nos pode muito bem ter afastado do título esta época. A culpa será minha?! Se calhar não será própria e exclusivamente meu o erro da análise e então Alberto do Rosário terá toda a razão do seu lado: haverá acontecimentos no desempenho colectivo da nossa principal equipa de futebol - e não só, e não só, direi eu! -, que deveriam "exigir reflexão leonina"!...
Lembro-me de há mais de 30 anos ser ouvinte assíduo do programa de Paulo Fernando na RDP, " O Dois do Quelhas", porque considerava imperdível uma rubrica nele incluída chamada "Os intocáveis", que ia para o ar semanalmente, e onde se parodiava um qualquer disco que tivesse surgido no mercado, num registo que acabou por vir a ser designado de "música pimba", poderoso narcótico que tem vindo a destruir a nossa identidade cultural, desde ministérios e secretarias de Estado da Cultura, para terminar na pobreza franciscana que invade nos dias de hoje a quase totalidade dos alinhamentos das tardes de todas as estações de televisão, de braço dado com o número mágico de telefone 760... Pobre povo, que quanto mais analfabeto e estúpido, mais audiências e lucros proporciona! António Salazar e Cerejeira, bem sabiam a importância do analfabetismo e da consequente estupidez e, mesmo mortos, continuam a ter seguidores...
Mas voltando à "vaca fria", nesse programa ousava-se colocar a rodar 3 ou 4 faixas de um disco desse "insulto à cultura e música portuguesas" e complementar essa acção com o inédito atrevimento (hoje inexequível na era das playlists) de ir ao ponto da analisar através de irredutível lógica, letras e músicas de duvidosa qualidade, para depois terminar concluindo, invariavelmente: "este disco é intocável mas, felizmente, não é inquebrável. Por isso, vamos parti-lo". Ao que se seguia uma inenarrável cacofonia, com muita loiça partida e o apito de um combóio a passar.
E para os que dizem que a História nunca se repete, eu atrever-me-ia a implorar aos deuses...
O regresso de "Os intocáveis", com pratos partidos e apito do combóio e tudo!...
Leoninamente,
Até á próxima
Lembro-me de há mais de 30 anos ser ouvinte assíduo do programa de Paulo Fernando na RDP, " O Dois do Quelhas", porque considerava imperdível uma rubrica nele incluída chamada "Os intocáveis", que ia para o ar semanalmente, e onde se parodiava um qualquer disco que tivesse surgido no mercado, num registo que acabou por vir a ser designado de "música pimba", poderoso narcótico que tem vindo a destruir a nossa identidade cultural, desde ministérios e secretarias de Estado da Cultura, para terminar na pobreza franciscana que invade nos dias de hoje a quase totalidade dos alinhamentos das tardes de todas as estações de televisão, de braço dado com o número mágico de telefone 760... Pobre povo, que quanto mais analfabeto e estúpido, mais audiências e lucros proporciona! António Salazar e Cerejeira, bem sabiam a importância do analfabetismo e da consequente estupidez e, mesmo mortos, continuam a ter seguidores...
Mas voltando à "vaca fria", nesse programa ousava-se colocar a rodar 3 ou 4 faixas de um disco desse "insulto à cultura e música portuguesas" e complementar essa acção com o inédito atrevimento (hoje inexequível na era das playlists) de ir ao ponto da analisar através de irredutível lógica, letras e músicas de duvidosa qualidade, para depois terminar concluindo, invariavelmente: "este disco é intocável mas, felizmente, não é inquebrável. Por isso, vamos parti-lo". Ao que se seguia uma inenarrável cacofonia, com muita loiça partida e o apito de um combóio a passar.
E para os que dizem que a História nunca se repete, eu atrever-me-ia a implorar aos deuses...
O regresso de "Os intocáveis", com pratos partidos e apito do combóio e tudo!...
Leoninamente,
Até á próxima
vitória de Pirro? o que é que o Sporting perdeu, com esta vitória?
ResponderEliminarUma vitória pírrica será, por definição, aquilo que o caro Bother Yenot saberá tão bem como eu e o levou a colocar a questão, quase puerilmente provocadora, quiçá presumindo o que não lhe ficará bem presumir.
EliminarMas, posta assim a questão, sempre lhe direi que essa presunção talvez o impeça de ser capaz de avaliar o eventual alto preço da dita e muito menos os potenciais prejuízos que possa vir a determinar...
Nunca julgues os outros por ti. Melhor será tentar compreender a sua mensagem, antes de os julgares...