Nomeação de Capela atentado ao bom senso
"A nomeação do árbitro João Capela já fez correr muita tinta e, na verdade, é um atentado ao bom senso.
O nomeador tem obrigação de definir um critério e esse critério deve ser "razoável" à luz dos consumidores do futebol, embora saibamos que as "famílias clubísticas" estão muito habituadas a ver apenas um lado da questão — o lado que protege os "seus" interesses.
O nomeador não tem apenas a obrigação de definir um critério, como tem a obrigação de conhecer muito bem o perfil dos nomeados.
O nomeador, quando faz as nomeações, sabe muito bem "que tipo de árbitro" está a nomear para o jogo X, Y, Z. Sabe se ele é afecto ao clube A, B ou C; sabe se ele é mais permissivo aos ambientes; sabe se ele é mais ou menos receptivo a "relações promíscuas"; sabe qual é a visão oficiosa que os clubes têm em relação a cada árbitro e, finalmente, conhece os detalhes dos desempenhos de cada qual para poder fundamentar (perante si próprio e não perante a opinião pública) as suas escolhas.
É por isso que Vítor Pereira, o responsável máximo pelas nomeações, detém um grande poder e é por isso que os clubes colocam sobre ele uma grande pressão.
A pressão feita pelos clubes não deve ser observada como algo normal, mas, a existir, como existe, deve ser contrariada. Isto é válido para as pressões que os clubes fazem, visível e invisivelmente, junto do sector da arbitragem — porque as arbitragens valem pontos, não há forma de o negligenciar —, mas também junto da comunicação social e dos jornalistas. As pressões existem sobre quem tem o poder de influenciar. Cabe aos respectivos responsáveis defender, intransigentemente, as suas autonomias e independência e repudiar qualquer tipo de ingerência.
Faz agora dois anos que João Capela dirigiu um Benfica-Sporting. A arbitragem foi tão incompetente e tão parcial que, a partir desse momento tão infeliz e considerando os efeitos que produziu, baptizei esse campeonato com a designação de "Liga Capela". Não estão em causa os contendores, quem foi efectivamente prejudicado e beneficiado, porque o que está em causa, verdadeiramente, perante as actuais Leis do Jogo e os mecanismos que não existem para evitar em pleno jogo a validação de erros grosseiros, é a integridade do futebol e das suas competições.
O "sistema" não foi construído para combater a parcialidade e os favorecimentos. Se estamos convictos disso, então ataquemos o "sistema". Mas quem está disposto a atacar o "sistema", nas suas raízes mais profundas, se todos, aqui e ali, com uma ou outra excepção, parecem alimentá-lo?
Vítor Pereira e o sector da arbitragem são um produto desse "sistema". Um "sistema" patrocinado pela FIFA e pela UEFA, as "donas disto tudo". O que fizeram nos espaços nacionais será compensado nas instâncias internacionais. O objectivo é a protecção dos mais fortes. As migalhas calam os mais fracos.
Não seria necessário recuperar a realidade daquele Benfica-Sporting tão marcante para desde logo retirar João Capela do lote de nomeáveis para este Gil Vicente-Benfica. Bastava olhar para o perfil. Para afastar questões de natureza subjectiva, bastava a objectividade do desempenho de Capela no Benfica-Gil Vicente (da primeira volta). Teve influência no resultado.
O campeonato, apesar de aparentemente decidido, ainda mexe. Há dois contendores que ambicionam e podem ganhá-lo. Apesar das tentativas feitas por Vítor Pereira para pacificar as relações entre Capela e o FC Porto, a verdade é que, ainda recentemente, houve incidentes entre os adeptos azuis e brancos e o árbitro de Lisboa. A APAF, recorde-se, condenou as ameaças feitas por adeptos do FC Porto, no Funchal.
Esta é uma das principais razões a desaconselhar a nomeação de Capela para o Gil Vicente-Benfica. A nomeação não é, como aparenta, a favor do Benfica e contra o FC Porto. É uma nomeação contra Capela. É uma nomeação contra os princípios de independência e equidistância que deveriam presidir às nomeações. Vítor Pereira colocou João Capela numa situação muito difícil – e sabe-se que o árbitro não é exactamente um grande exemplo em termos de solidez psicológica.
Havia outras soluções bem mais credíveis e Vítor Pereira desprezou-as. Porquê?
Este campeonato demonstra que o FC Porto perdeu o poder a partir da FPF.
Este campeonato demonstra que o Benfica conseguiu sair de um plano de subalternidade para se afirmar nas franjas de poder.
Este campeonato demonstra que o tema da arbitragem está para durar.
Este campeonato demonstra que as arbitragens continuam a tirar e a dar muitos pontos. E isso é que é dramático..."
"A nomeação do árbitro João Capela já fez correr muita tinta e, na verdade, é um atentado ao bom senso.
O nomeador tem obrigação de definir um critério e esse critério deve ser "razoável" à luz dos consumidores do futebol, embora saibamos que as "famílias clubísticas" estão muito habituadas a ver apenas um lado da questão — o lado que protege os "seus" interesses.
O nomeador não tem apenas a obrigação de definir um critério, como tem a obrigação de conhecer muito bem o perfil dos nomeados.
O nomeador, quando faz as nomeações, sabe muito bem "que tipo de árbitro" está a nomear para o jogo X, Y, Z. Sabe se ele é afecto ao clube A, B ou C; sabe se ele é mais permissivo aos ambientes; sabe se ele é mais ou menos receptivo a "relações promíscuas"; sabe qual é a visão oficiosa que os clubes têm em relação a cada árbitro e, finalmente, conhece os detalhes dos desempenhos de cada qual para poder fundamentar (perante si próprio e não perante a opinião pública) as suas escolhas.
É por isso que Vítor Pereira, o responsável máximo pelas nomeações, detém um grande poder e é por isso que os clubes colocam sobre ele uma grande pressão.
A pressão feita pelos clubes não deve ser observada como algo normal, mas, a existir, como existe, deve ser contrariada. Isto é válido para as pressões que os clubes fazem, visível e invisivelmente, junto do sector da arbitragem — porque as arbitragens valem pontos, não há forma de o negligenciar —, mas também junto da comunicação social e dos jornalistas. As pressões existem sobre quem tem o poder de influenciar. Cabe aos respectivos responsáveis defender, intransigentemente, as suas autonomias e independência e repudiar qualquer tipo de ingerência.
Faz agora dois anos que João Capela dirigiu um Benfica-Sporting. A arbitragem foi tão incompetente e tão parcial que, a partir desse momento tão infeliz e considerando os efeitos que produziu, baptizei esse campeonato com a designação de "Liga Capela". Não estão em causa os contendores, quem foi efectivamente prejudicado e beneficiado, porque o que está em causa, verdadeiramente, perante as actuais Leis do Jogo e os mecanismos que não existem para evitar em pleno jogo a validação de erros grosseiros, é a integridade do futebol e das suas competições.
O "sistema" não foi construído para combater a parcialidade e os favorecimentos. Se estamos convictos disso, então ataquemos o "sistema". Mas quem está disposto a atacar o "sistema", nas suas raízes mais profundas, se todos, aqui e ali, com uma ou outra excepção, parecem alimentá-lo?
Vítor Pereira e o sector da arbitragem são um produto desse "sistema". Um "sistema" patrocinado pela FIFA e pela UEFA, as "donas disto tudo". O que fizeram nos espaços nacionais será compensado nas instâncias internacionais. O objectivo é a protecção dos mais fortes. As migalhas calam os mais fracos.
Não seria necessário recuperar a realidade daquele Benfica-Sporting tão marcante para desde logo retirar João Capela do lote de nomeáveis para este Gil Vicente-Benfica. Bastava olhar para o perfil. Para afastar questões de natureza subjectiva, bastava a objectividade do desempenho de Capela no Benfica-Gil Vicente (da primeira volta). Teve influência no resultado.
O campeonato, apesar de aparentemente decidido, ainda mexe. Há dois contendores que ambicionam e podem ganhá-lo. Apesar das tentativas feitas por Vítor Pereira para pacificar as relações entre Capela e o FC Porto, a verdade é que, ainda recentemente, houve incidentes entre os adeptos azuis e brancos e o árbitro de Lisboa. A APAF, recorde-se, condenou as ameaças feitas por adeptos do FC Porto, no Funchal.
Esta é uma das principais razões a desaconselhar a nomeação de Capela para o Gil Vicente-Benfica. A nomeação não é, como aparenta, a favor do Benfica e contra o FC Porto. É uma nomeação contra Capela. É uma nomeação contra os princípios de independência e equidistância que deveriam presidir às nomeações. Vítor Pereira colocou João Capela numa situação muito difícil – e sabe-se que o árbitro não é exactamente um grande exemplo em termos de solidez psicológica.
Havia outras soluções bem mais credíveis e Vítor Pereira desprezou-as. Porquê?
Este campeonato demonstra que o FC Porto perdeu o poder a partir da FPF.
Este campeonato demonstra que o Benfica conseguiu sair de um plano de subalternidade para se afirmar nas franjas de poder.
Este campeonato demonstra que o tema da arbitragem está para durar.
Este campeonato demonstra que as arbitragens continuam a tirar e a dar muitos pontos. E isso é que é dramático..."
E ainda há por aí quem fale no mérito de quem, eventualmente, possa sagrar-se campeão!...
Leoninamente,
Até á próxima
Este é um dos poucos jornalistas que ainda vai vendo com claridade o que se passa nesta selva futebolística. Com os pontos dados aos galinácios e os que foram tirados ao Sporting, certamente que ainda poderíamos ser campeões.
ResponderEliminarLimpinho limpinho, mais palavras para quê?...
ResponderEliminarEstou boquiaberto... BBAHHH...!!!
ResponderEliminarPensava eu que era tão faccioso..., tão faccioso, tão faccioso que só eu pensava que afinal o campeão não o deveria ser... ou pelo menos, acreditava eu..., que o meu SPORTING tinha sido tão mal tratado, tão mal tratado, tão mal tratado, designadamente no inicio da época... que nos tinham sonegado, logo ali, as hipóteses de o vir a ser...!!!
E mais convencido fiquei do meu louco e faccioso facciosismo, ao longo da temporada..., quando vejo estes, e outros, "caracolinhos" a enaltecerem as capacidades dos outros... o seu perfil investidor com qualidade e que só assim se conseguem atingir objectivos maiores... E que só, com os da casa, a coisa é curta... E que há dois emblemas num determinado patamar e os outros estão muito longe... E que as arbitragens não desculpam tudo... e patati patatá...
E agora isto... Estou boquiaberto...
Mas a minha boca fechar-se-á, seguramente, e voltarei ao meu facciosismo primário quando este e outros "caracolinhos", que por ai se vendem ad eternum, se "desdisserem" com a BOCA TODA (pena que não entre mosca... porque asneira é certo que sai) quando, numa qualquer praça ou rotunda reservada, alguém estiver a fazer a apologia de um campeão justo justissimamente e justamente justiçado pelo ceptro que o há-de guindar ao 34-3º título...
Mas pronto... Lá estou eu outra vez... com o meu mau feitio!!!
O que é dramático é NINGUÉM confrontar estes gajos com as contradições das suas palavras... Isso é que é DRAMÁTICO....!!! MUITO MAIS dramático QUE LEVAR UNS AÇOITES numa qualquer estação de televisão...!!!
SL