terça-feira, 20 de março de 2012

É hora de atirar a pedrada ao charco !!!...

Não sei se o Sporting teria ganho o jogo que ontem disputou em Barcelos, se a arbitragem tivesse estado a cargo de, por exemplo, Pierluigi Collina!... Mas sei que o resultado não teria sido o mesmo. Provavelmente, teríamos perdido por 1-0 e o encontro teria terminado com o Gil Vicente reduzido a 10 unidades e Stijn Schaars não teria sido obrigado a ir tomar banho mais cedo. Portanto, até La Palisse teria chegado à conclusão de que a encomenda que Vitor Pereira - à terceira tentativa !... - "inocentemente" nos enviou para o Minho, teve influência no resultado.
Posto isto, resultará curioso, analisar as declarações que após o desfecho do jogo foram proferidas pelo presidente Godinho Lopes, ou pelo director desportivo Carlos Freitas, ou ainda pelo treinador Ricardo Sá Pinto. Porque a curiosidade advirá das implicações que cada uma dessas inflamadas afirmações - a de Sá Pinto nem tanto, porque reflexo do medo das sacramentais, mais que certas e imediatas penalizações! -determinarão no futuro próximo ou remoto do futebol português e, em particular, na forma como o Sporting continuará a ser tratado. Por mim, dou comigo a pensar na profunda inocuidade de qualquer delas. E continuam a ser absolutamente ridicularizadas e desprezadas por todos, as posições dos altos responsáveis sportinguistas, sobre a candente matéria da arbitragem portuguesa.
Há uma analogia quase mórbida, entre a situação que envolve toda a arbitragem portuguesa e a mais terrivel, dramática e pouco menos que irreversível doença que a modernidade nos trouxe: o cancro! E a recuperação da lusa arbitragem, muito provavelmente, apenas poderá acumular sucesso em algumas das suas vertentes mais importantes, se alguma vez vier a ser submetida a processos semelhantes aos que, naquela aterradora e quase mortal doença, conseguem algum êxito. E por mais paleativos que a medicina venha descobrindo ou inventando, a coragem e a cirurgia serão os poucos e únicos que vão estando ligados ao sucesso e à cura.
O tratamento que os altos responsáveis do Sporting há muito e de forma repetitiva e inconsequente vem tentando na arbitragem, mais não tem conseguido ser que meros e desajustados paleativos. Porque jamais lhe administraram os coadjuvantes fundamentais: a coragem e a cirurgia.
O castigo só é eficaz se causar dor. E o tipo de posições que Godinho Lopes e Carlos Freitas ontem expressaram, como tantas outras de outros intérpretes sportinguistas na mesma matéria, nunca causaram dor a quem quer que fosse. Cócegas, apenas cócegas, conseguiram e hão-de continuar a conseguir provocar no "sistema", no "satus quo", na mafia futebolística lusa, ou no que quer que seja que queiram chamar ao pântano em que se move a arbitragem, a estrutura regulamentar, a disciplina e a justiça do futebol português. E então continuaremos a assistir ao goso e ao rebolrar pelo chão de tanto riso, por parte dos alvos dessas mensagens, protestativas mas eivadas de ingenuidade, dos dirigentes leoninos. Porque não tem havido coragem de provocar dor e ablação dos tecidos invadidos pelas metastes degenerativas e mortais.
O ovo que Colombo colocou na posição vertical, não constituiu um golpe de génio de um sobredotado. Foi mais perspicácia que inteligência e revelou-se um acto genial, apenas porque foi o primeiro. Mas obrigou a que a estrutura física do ovo tivesse de ser alterada, com prejuízo do seu futuro, tanto na sua razão de ser como no seu prazo de validade para uso alimentar. Mas ficou de pé, que era o objectivo primordial. Isso conseguiu Colombo!...
A coragem de inventar e implementar processos que respondam eficazmente aos assaltos perfidiosos de toda a  envolvente da arbitragem ao Sporting Clube de Portugal, concerteza que trará alguns prejuízos materiais e desportivos ao clube. Mas como o doente canceroso que decide sujeitar-se a ablação de uma parte do seu corpo para, corajosamente, salvar a sua vida, o Sporting deverá também, corajosamente, aceitar de forma pragmática e calculada, os prejuízos que possam resultar de posições que provoquem o efeito desejado em quem, sistematicamente, nos vilipendia a honra e a dignidade.
O estudo aprofundado das implicações e penalizações regulamentares resultantes, por exemplo, do veto fundamentado, definitivo ou temporário, a um determinado árbitro, ou a falta de comparência a determinado jogo em que o Sporting não tenha visto devidamente ponderados e tidos em conta os seus legítimos e justificados interesses, deveria traduzir-se no estabelecimento de uma relação de custos/benefícios que pudesse recomendar ou não a utilização de qualquer desses expedientes, por parte dos altos responsáveis do clube. Se os prejuízos fossem suportáveis ou ultrapassáveis, porque não atirar com a pedra ao charco, provocando o turbilhão e a propagação do impacto nas águas podres e tranquilas dos interesses estabelecidos. Seria a dor que qualquer castigo implica para efectivamente o poder ser. A indignação será uma arma de fraco poder persuasivo. O seu ruído é ouvido no momento e esquecido no dia seguinte.
Quem sou eu para alguma vez pretender ser o visionário estratega de que o Sporting precisa. Mas dentro do formidável universo leonino não haverá inteligência suficiente para encontrar soluções que provoquem a dor e o castigo dos delinquentes, reduzindo ao mínimo o nosso prejuízo?!...
Hoje mesmo, na blogosfera leonina, encontrei aqui, um artigo curioso, em que o seu autor, Viollino, que muito prezo e admiro pela lucidez e inteligência, deixa uma janela aberta para uma ou duas ideias que porventura lhe andarão a bailar na mente. Disse ele:

Eu tenho uma ideia ou duas que poderia fazer a diferença, mas será uma estupidez que um blogger longe da realidade interna do clube tenha ideias que uma direcção de um clube de futebol não tenha.
 Desafiei-o a exibir a coragem que tem faltado aos dirigentes - de ontem, e de hoje - do nosso Sporting. Como eu gostava de conhecer essas ideias e de discuti-las com seriedade. Outras ideias andarão escondidas na formidável família sportinguista. Por modéstia ou timidez. Acho que é hora de "oferecermos" algo ao nosso Sporting...

Leoninamente,
Até à próxima

P.S. - Não resisto a um "copy & past" de um pequeno trecho há pouco publicado no campeão da blogosfera leonina "Cacifo do Paulinho" que pode apreciar aqui:

" ... É nestas alturas que, mais do que nunca, sinto que é incontornável rugirmos todos para o mesmo lado. Tomar uma posição de força, se assim se justificar (sair de campo a meio de um jogo, não chegar a entrar?), mas, até lá, apontar o dedo a esta corja e marcar presença em Alvalade..."

2 comentários:

  1. Boa tarde meu amigo!

    Desde já agradeço a cordial forma como recebeu o meu comentário no seu post anterior, referindo que é sempre um prazer comentar neste espaço, embora não o possa fazer tanto quanto gostaria.

    Relativamente ao que agora escreve, parece-me claro que fica no ar a pergunta "o que fazer para de uma vez por todas o Sporting ser levado a sério pelas instâncias (in)competentes do futebol nacional?".

    Se esta minha apreciação estiver correcta, tento responder concordando desde já consigo. Não adianta barafustar, criticar, fazer greves ou exposições seja a quem for, pois como bem disse isso só fará com que os detractores continuem sorrindo e assobiando para o lado, gozando inclusive com a centenária instituição que é o Sporting Clube de Portugal.

    Acho que será já tempo de nos conformar-mos e de deixarmos de tentar ser os D. Sebastião do futebol português, no que à arbitragem diz respeito. Como se costuma dizer no nosso querido país, alguém é mal ou bem educado pois isso "já vem do berço"! E aqui jaz o cerne da questão. Estes senhores são "produzidos" desde muito novos. Quem jogou nos distritais deste país, e eu tive a sorte, ou não, de o fazer na mui nobre Associação de Futebol do Porto, sabe bem que estes senhores chegam à primeira categoria após anos de compadrios e favores que vão aumentando consoante aumenta a sua categoria.

    Uma breve passagem de olhos pelas leis de jogo, e pelos sites da UEFA e FIFA, fez-me pensar que a única atitude sensata prende-se com a mudança de paradigma do Sporting para com essa, ou essas, classes do futebol português.

    Chega de lanches e recepções para os árbitros. Balneários limpos ou água quente, unicamente o imprescindivel. Se têm de ter lugar na garagem pois que o tenham, mas o pior que lá houver e sem luz de preferência. Chega de lugares na tribuna para os dirigentes da Liga ou Federação, se têm de os ter sejam os apenas regulamentadas e atrás dos ecrãs do estádio. Chega de almoços com direções adversárias, convivios ou reuniões, somos o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, não precisamos de ajuda nem apoio de ninguém. Chega de emprestar jogadores a clubes portugueses que ano após ano nos maltratam e ousam gozar com o nosso nome.

    Encontremos de uma vez por todas maneiras, sempre legais, de mostrar que não estamos a dormir e que somos grandes, enormes, maiores que este país!

    Se assim não o fizermos, vamos cair no ridiculo de sermos prejudicados contra os gils deste terrinha...

    CHEGA!!!

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  2. Uma boa tarde para si também, meu amigo.
    Ser delicado para quem me aprecia e considera, é o mínimo a que me obriga a educação que me deram os meus saudosos pais. Somarei a essa delicadeza, a estima que o meu amigo me merece, pela cordialidade com que se me dirige e pela afectividade que a comunhão de ideais, sentimentos e visão daquilo que nos rodeia vai cimentando entre nós. Sinto que não será só o grande amor que nos une ao Sporting a estabelecer essa afectividade. Haverá mais coisas que se pressentem na forma como ambos vemos tudo o que envolve o nosso clube e proventura o país.
    Não tenho nenhuma dúvida de que a cortesia que o Sporting oferece a quem nos trata mal, deverá sofrer uma inflexão. Não direi que deva virar para a hostilidade, mas deverá ser mais
    fria e distante e menos amável e contemplativa.
    Mas, se me perdoa o preciosismo, eesa nova abordagem ou como disse esse novo paradigma comportamental, não vai, por si só, determinar quaisquer melhorias no respeito, isenção e equidade com que pessoas ou instituições do edifício do futebol português, passarão a tratar o Sporting Clube de Portugal.
    Defendi neste meu artigo e mantenho, que o Sporting terá de ferir, em extensão e profundidade, todas essas entidades, singulares ou colectivas. Porque o castigo infligido só o será se provocar dor, seja ela de que tipo for. Retirar privilégios e tratar toda essa gente com distanciamento e indiferença, não será suficiente. Naturalmente em sentido figurativo, será preciso castigar e provocar sofrimento e dor.
    Vetar um árbitro, reduzindo-lhe os proveitos materiais, ou anunciar uma falta de comparência num jogo, colocando em zero absoluto a receita do clube, da Liga e mesmo da Federação, já será castigo que fará doer. Se bem que de acções destas, também possam resultar prejuízos e penalizações para nós, é tudo uma questão de apurar antecipadamente, à luz dos regulamentos vigentes, se poderemos suportar esses prejuízos e se a contrapartida e os objectivos que alcançarmos equilibrarão ou compensarão esses mesmo prejuízos ou penalizações.
    Muitas outras acções, potencialmente capazes de significar castigo e provocar dor, estarão por ai, assim a visão e a inteligência dos dirigentes do Sporting as descubram, avaliem e consigam levar à prática. O que é preciso é que castiguem, que causem dor e sofrimento nos alvos a que se dirigirem...
    Penso que consegui fazer-me compreender.

    Um abraço amigo

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