quinta-feira, 8 de março de 2012

Obrigado pela dignidade e ... pelo resto !...

O Leão do Atlas renascerá !...
Ontem pedi aos leões que estivessem em campo para defrontar o "colosso" Manchester City, a dignidade que a gloriosa camisola que envergam lhes deveria merecer. Pois bem, todos parecem ter ouvido aquilo que quase lhes implorei como mínimo. E para ser justo, devo dizer que superaram de longe esse meu pedido. Além de dignificarem a gloriosa camisola das listas verde e brancas, foram mais longe e souberam colocar o "gigante" em sentido e alcançaram uma vitória que quase poderia ter sido histórica, não fora aquela infantilidade de Wolfswinkel, que na cara do golo, fez um passe inocente ao guarda-redes adversário.
O Sporting entrou cauteloso e o City aproveitou e conseguiu um arranque melhor. Mas à medida que o tempo foi evoluindo a equipa leonina foi aparecendo no jogo com  mais assertividade e com uma atitude aguerrida, tendo terminado o primeiro tempo exercendo uma ligeira supremacia sobre os ingleses.
Ao contrário da forma com que tinha entrado na primeira parte, o Sporting entrou muito bem no segundo tempo e mereceu inteiramente aquele calcanhar que Xandão irá recordar para toda a vida e que nos deu uma vitória que nem os mais optimistas julgariam ser possível.
Ricardo Sá Pinto parece ter estudado muito bem o adversário. E tudo indica que a estratégia que escolheu para este jogo, aliada à evidente conquista que terá feito no balneário, esteve na base da vitória. Não é de um dia para o outro que um qualquer técnico consegue alterar uma forma de jogar e uma táctica profundamente arreigada na equipa e parte para uma outra forma de abordagem, num jogo com estas características e contra um adversário deste gabarito. Os leões a quem deu a titularidade, deram tudo quanto tinham dentro de si e, obedecendo a um plano rigorosamente delineado, as substituições aconteceram como se todos os atletas já soubessem o que iria acontecer. E tanto assim foi, que a falta de três jogadores nucleares e porventura dos mais importantes do plantel, quase não se fez notar, com os entrados de fresco a avolumarem as preocupações dos ingleses e do seu técnico.
Procurou o lider do campeonato inglês, em desespero, nos últimos 15 minutos, "meter toda a carne no assador" e conseguir um golo que deixasse a eliminatória decidida. Não o conseguiu porque a resposta dos leões foi firme, decidida e quase heróica. Ao jogo rendilhado, variado e sempre em progressão dos "Cities", respondeu o Sporting, com garra, discernimento, entreajuda e classe.
Pouco me importa pensar no que vai acontecer daqui a uma semana. Importará agora tomar o gosto a esta tão saborosa quanto inesperada vitória. E o prazer e o goso que ela me trouxe, já ninguém será capaz de me tirar. Porque me trouxe mais uma pequenina porção de certezas que Setúbal tinha abalado. A maior delas será que, muito provavelmente, Ricardo Sá Pinto não será apenas, a garra, o querer, a mística e o sportinguismo que nele todos reconhecemos. Se calhar, pé ante pé, é muito bem capaz de dar a volta ao texto confuso e envenenado que a meio da época lhe colocaram nas mãos. E até poderá acontecer que o seu saber táctico esteja num patamar bem superior ao que muitos julgam.
Este fantástico "Coração de Leão", não terá apenas conduzido a sua equipa a uma vitória que, enchendo os nossos corações de justificada alegria, vai percorrer a Europa, em imagens e textos abonatórios. Ele terá hoje ganho, definitivamente, a confiança do seu plantel. Porque quando a liderança, o incentivo e o dedo indicador se traduzem numa tão grande afirmação e os números confirmam as "verdades" por si enunciadas, todos os liderados acreditam e, como Diego Capel, contagiado pela mística irradiada por Sá Pinto, bem antecipadamente expressou, irão com ele até à morte !...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Nem sempre nos passa coisas destas pelo estreito, ou seja de vez em quando toca-nos a grande, e embora o resultado seja escasso, o nosso ego ficou feliz, porque ainda temos a segunda parte do jogo, e desta vez em Manchester. Mas dizia eu isto ACONTECE, talvez lembrando-me do saudoso Carlos Pinto Coelho. Foi assim em 1964, por acaso também em Março, um concludente 5-0 ao outro Manchester, depois anos mais tarde em Dezembro 1986, um concludente 7-1 ao nosso eterno rival, vinte anos depois em 2006, no auge do Inter de Milão, uma vitória tangencial por 1-0, com um golo de Caneira, dois anos depois em 2008, de novo a vítima do costume o Benfica, com um 5-3, com dois golos de avanço, e ontem o City, talvez a 3ª equipa mais rica do Mundo, com um orçamento 10 vezes maior que o do Sporting, isto com base em 40.000 milhões de euros que foram falados quando das eleições de Godinho Lopes. Todas tiveram um sabor especial, umas mais que outras, o que revela que ainda não estamos ligados à máquina, como muitos querem fazer passar a mensagem. Os Jogadores falam todos no mesmo tom, com Sá Pinto "ATÉ Á MORTE", o que é agradável ouvir estaa palavras, sim porque como dizia a nossa querida Palmira Bastos, para morrer "de pé como as árvores".

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  2. Caríssimo G@rfield,
    Todos sabemos que a vitória não sorri sempre!... De vez em quando, por razões diversas, somos obrigados a conviver com a derrota. Até aqui tudo bem, o desporto é isso mesmo: ganhar e perder!... O que verdadeiramente dói, é quando as razões do inêxito ficam, exclusivamente, do nosso lado, muito particularmente quando assentam em deficiências estruturais, falhas de liderança ou perda da dignidade competitiva, esta resultante de equívocos das duas primeiras ou de distúrbios emocionais dos atletas que o protagonizam.
    Mas há momentos sublimes de exaltação, que apagam sofrimentos anteriores e nos empurram para a frente nesta caminhada que todos fazemos de braço dado com o ideal sportinguista. Ontem tivemos um momento desses e carregámos baterias!... Que nos vão ser bem precisas para daqui a uma semana e, noutros palcos, até ao fim da época. E para outras épocas...
    O que me preocupa no momento actual do Sporting, é que ainda que com o mesmo timoneiro exibindo os seus excepcionais atributos, mas sem a envolvência galvanizadora de uma competição europeia, o regresso às tarefas domésticas, com todas as vicissitudes que conhecemos - autocarros e antijogo adversário e a perfídia dos "capos mafiosos" da APAF - nos traga de novo o desencanto que teima em nos acompanhar, anos e anos a fio, sem que consigamos alcançar a "danada" carta de alforria.
    Continuamos de pé amigo. E concordarei que assim haveremos de morrer, como as árvores a que muito bem aludiu. Mas o que eu desejaria é que a árvore que somos, jamais morresse!... De pé, sempre! Mas bem viva e verdejante, como os nossos sonhos.

    Um grande abraço

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