terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Parecem preferir ser orfãos!!!...


Liberdade para João Pereira

«O FC Porto consegue o mais importante, vencer. Mas mostra um futebol que ficou muito longe de convencer. A equipa continua insegura e a jogar aos repelões. Falta liderança dentro de campo. Já o técnico Vítor Bruno procura afirmar-se falando demasiado em si e pouco do que tem à volta.

Para lá do trabalho invisível aos olhares externos, nos treinos, nas refeições, na análise de vídeos, os treinadores têm apenas três armas na complexa guerra que é o futebol: a decisão sobre a equipa e posicionamentos com que enfrenta cada jogo; as substituições com que mexe no destino da partida e dá gritos sem falar; a linguagem verbal. Na linguagem verbal, há dois planos essenciais: o discurso ‘às tropas’, as célebres palestras, com que líderes como Pedroto e Mourinho ganharam muitos jogos; e as declarações públicas.

Neste domínio, antes e após os jogos, João Pereira ainda não encontrou o seu estilo de comunicação. Nos treinos e automatismos da equipa, quanto menos o novo técnico mexer, melhor a equipa poderá render. Já nos discursos, para dentro do balneário e para todos os fãs de futebol, João Pereira tem de encontrar um estilo próprio. Quanto mais próximo se mostrar daquilo que de facto é, mais eficaz se tornará. Jorge Jesus nunca foi um grande cultor da linguagem, mas alguém acha que não afirmou um estilo de comunicação eficaz? João Pereira, até agora, parece um menino betinho. Não é isso que ele é. Não é disso que os jogadores precisam.

O Sporting foi muito prejudicado pela arbitragem no jogo com o Santa Clara. O primeiro penálti sobre Geny Catamo foi nítido. A mão no remate de Gyokeres, também. Nesses momentos, João Pereira tem de expressar que não aceita ver o Sporting e a sua carreira serem prejudicados de forma quase ostensiva. Apesar de amputado na capacidade de agir por regras profissionais anquilosadas, João Pereira precisa de encontrar formas para contornar as imposições de uma Associação de Treinadores parada no tempo. Para dar o peito às balas, o treinador tem de estar na primeira linha. Andar em voltas ao campo a pedir aplausos após derrotas não resolve nada e agrava os já elevados índices de insegurança dos jogadores.

E este é também um tempo dos principais jogadores se chegarem à frente. Se João Pereira não fizer grandes disparates tácticos, cabe aos líderes do balneário imporem a memória competitiva da equipa. Cabe-lhes mostrar que continuam grandes jogadores, capazes de vencer todas as contrariedades. Ou preferem o estatuto de ‘órfãos de Amorim’?»

Parecem preferir ser orfãos!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

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