A teimosia
«Os leões tinham uma oportunidade ímpar para continuarem felizes. Está à vista que João Pereira foi um erro de casting e nem uma vitória clara sobre o Boavista apagará essa impressão. Como disse o técnico - sem qualquer jeito para comunicar e sem treino visível para melhorar - sem compreender o que disse após mais uma derrota, a "única coisa que mudou foi o treinador". E assim, em parcas semanas, o Sporting passou de máquina trituradora e quase imbatível, a um bebezinho titubeante que tenta dar os primeiros passos. Os jogadores perderam o norte, união, automatismos e dinâmicas, e o Sporting perdeu milhões com a desvalorização visível dos seus activos, jogadores cobiçados pelo mercado que parece que desaprenderam, pois João Pereira trouxe uma aura de descrença e desalento em que agora ninguém os reconhece.
Concordo com Frederico Varandas quando realça que nenhuma instituição deve ser governada de fora para dentro, mas todos sabemos que também nenhuma direcção ou administração de SAD fica incólume aos protestos dos adeptos. Que o diga o próprio Frederico Varandas quando despediu Marcel Keizer, anunciado como treinador do projecto e mandato, bem como quando em pouco tempo, sucumbindo ao coro de desagrado em Alvalade, despachou Silas. Manter João Pereira é teimosia e falta de visão para o futuro, porque coloca em causa uma hegemonia leonina que se podia antever; um mandato presidencial que nesta fase até estava a correr bem com títulos, saúde financeira e paz social no clube; e num momento de caos instalado no FC Porto e futuras eleições no Benfica que trariam condições para o Sporting continuar a ganhar.
Quem errou? Quem escolheu João Pereira referindo que tinha dedo da estrutura, quem afirmou que ele já seria o treinador no início da próxima temporada e quem garantiu que o mesmo estaria daqui a quatro anos num dos maiores clubes do mundo. Não estará. Quem não vê o óbvio é cego ou teimoso, tombo para a segunda hipótese. Varandas ainda não percebeu que a estrutura, o director de comunicação e, em muitos momentos nos laços de empatia com os sócios, o presidente era Ruben Amorim, de quem escrevi há alguns anos que era o seu seguro de vida e o ícone da estabilidade verde e branca. Compete a Varandas reconhecer rapidamente o erro de casting e assim ainda vai a tempo de obter o perdão dos adeptos. Para isso tem de apresentar rapidamente um treinador que volte a galvanizar as bancadas, sob pena de colocar tudo em causa e o Sporting voltar a ser um clube fragmentado. Estou certo que ninguém deseja isso.»
É preciso acabar depressa com o "erro de casting"!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Tomara o Sporting ter alguém (e neste caso o presidente) com a racionalidade e inteligência de Rui Calafate.
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