«Durante 26 jornadas, o Sporting foi – consistentemente - superior a todos os seus adversários, quer em qualidade de jogo, quer em entrega competitiva. Não obstante, porque o imponderável é o segredo mais bem-escondido da análise futebolística, até ao passado sábado, apenas um ponto e um jogo em atraso o separavam do seu mais directo perseguidor.
Entre azares de último minuto, prejuízos mais ou menos flagrantes e adiamentos por falta de policiamento, tudo parecia alinhar-se para que a classificação não espelhasse a realidade e a incerteza perdurasse.
No reverso do dérbi da primeira volta, com remontada encarnada assinada aos 94’ e 97 minutos, em contra-corrente, contra dez e contra todas as expectativas, deste feita, em Alvalade, Catamo assinou volte-face ao cair do pano. Com cruel ironia, nos dois únicos jogos em que foi superior, o Benfica parece ter sido condenado à sentença que a sua frágil época fazia prever.
Aqui chegados, são indispensáveis três notas: de contraditório, de alerta e de humor avisado.
A "contra-cartilhada": O Benfica não foi prejudicado. Dos três erros graves disciplinares, a não expulsão de Ángel Di María por esmurrar Pote, de punho fechado, configura um dos erros mais graves do ano. Em justiça, o Sporting ter-se-ia visto em vantagem numérica e no marcador pelo menos durante 40 minutos e o astro argentino não teria assistido Bah para golo do empate. Existem erros que se compreendem, outros que são inexplicáveis e, numa última categoria, episódios do além. O VAR não viu? Viu, mas não comunicou? Comunicou, mas não foi ouvido? Lastimavelmente, nunca teremos resposta.
O alerta contra a soberba: "Tudo se perde em quem se coroa Rei antes do tempo". Nesta matéria, é escusado aconselhar o mais sábio gestor de egos em Portugal, mas vale a pena alertar. Amorim é sábio neste capítulo e saberá que a soberba seria o único adversário capaz de travar a caminhada da sua equipa até ao Marquês.
A terceira janela de mercado: Como por geração espontânea, equipa técnica e todo plantel parecem ter entrado em saldos súbitos, com clubes interessados por todo o globo e negociações decretadas por administração alheia. As notícias e os desmentidos são quase tão rápidos quanto Gyökeres a explodir redes ou Hjulmand a conquistar terreno. Ficamos lisonjeados com tanto interesse, porém já estamos comprometidos com as nossas metas. Pelo sim, pelo não, o melhor é fechar as bolas a cadeado em Alchochete, não queira um qualquer sultão levar os equipamentos.
Como canta Luís Severo - no single "Planície" – seguimos focados "de um lugar onde nada se parecia, com o passo calmo de Alvalade, ao fim do dia" e, se assim continuar, vai correr bem.»
E vai continuar!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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