sábado, 3 de março de 2018

Somos diferentes?! Pois claro que somos!!!...


Elefante

«Tanta coisa para dizer e para pensar após o jogo de ontem... mas por mais que me apeteça dissecar o jogo, a estratégia, o árbitro, o golo e o falhanço do Rafael Leão, só me consigo focar no elefante no meio da sala: Jorge Jesus. 

É impossível não pensar que, na segunda ou terceira jornada da próxima época, quando empatarmos com o Moreirense ou o Tondela outra vez, os adeptos do Sporting vão imediatamente lembrar-se desta época e da primeira de JJ e pensar "Já fomos", pois tem sido isto a imagem que o Sporting de JJ vai deixando, com a equipa a bater-se no campeonato, sim, mas sempre com qualquer coisa a falhar. 

A equipa feminina do Sporting (não me recordo agora se a principal ou a de júniores) tinha no ano passado como lema #NãoHáDesculpas, uma forma de se auto-motivarem perante as adversidades. Agora que me recordo, creio que era a equipa de júniores. Não sei qual o contexto em que surgiu tal expressão mas serviu como exemplo a seguir. #NãoHáDesculpas. Bom, eu começo a sentir que na equipa principal do Sporting o que não falta são desculpas... árbitros, jornalistas, lesões, UEFA, adversários, corrupção, etc, tudo são desculpas para o Sporting não ganhar. Mais do que a derrota em si, dos 8 pontos de atraso (na prática, são 9), os 18 anos do avançado em que depositámos as nossas esperanças num bom resultado, nos 16 anos (a caminho dos 17...), o que me está a custar mais digerir é perceber que aquele velho sentimento de 'vitórias morais' que julgava estar erradicado de Alvalade, está, afinal, de volta. É ouvir JJ depois do jogo de hoje. E, pensando bem, não foi só hoje. Em todos os resultados negativos não me recordo de ouvir um murro na mesa, de um grito de alarme, de qualquer coisa que acordasse a equipa de modo a evitar aquilo que parecia inevitável a todos, especialmente desde o empate em Setúbal! 

Custa admiti-lo mas Sérgio Conceição conseguiu incutir na equipa do Porto vontade de ganhar. Vontade a sério. E essa vontade de ganhar é evidente em todos eles - jogadores, treinadores, dirigentes... É difícil ganhar contra quem quer mais ganhar. E é isso, ao final do dia, que eu, nós, queremos: ganhar. Não quero saber que desde que JJ chegou, o Sporting teve as maiores vendas, não quero saber da Taça da Liga, não quero saber da utópica final da Liga Europa, não quero saber que o Rafael Leão tenha apenas 18 anos! Eu quero ganhar a p*** da Liga portuguesa, o tugão, a #LigaMickeyMouse. E se, racionalmente, consigo vislumbrar a evidente melhoria no jogo global do Sporting desde que JJ chegou, também tenho de admitir que, infelizmente, o seu trabalho (ainda) não foi o suficiente para tornar o Sporting campeão. Como disse o Luis Paixão Martins no último #Sporting160, JJ foi contratado pelo Sporting para acabar com as desculpas, com as 'vitórias morais'. E para ser campeão.

Vai chegar o final da época e se, como se prevê, o Sporting apenas conseguir ganhar a Taça da Liga e, no máximo, a Taça de Portugal, creio que BdC vai ter de tomar uma (não-) decisão de importância capital semelhante à aquela que LFV tomou, no final daquela época fatídica de JJ no Benfica, quando perdeu tudo em duas semanas, de continuar com ele como treinador, quanto toda a gente - toda - pedia a cabeça de JJ. É esse o elefante no meio da sala de Alvalade e que me faz ofuscar todo o resto: JJ continua ou sai?*»
(Captomente, in "Com quem é que joga o Sporting")

Comungo da amargura de Captomente, tal como partilho, quase sem exclusões, as razões que a sustentam e que de modo sofrido, claro e linear apresenta neste seu magnífico postal que entendi por bem aqui trazer.

Três anos é muito tempo para que Bruno de Carvalho arrisque continuar com um técnico por período tão dilatado, para lhe dar a cada vez mais longínqua possibilidade de poder aproximar-se dos êxitos no trabalho que levou a cabo durante seis anos no clube anterior. Em Alvalade, por motivos que todos conhecemos, jamais lhe serão dadas as "condições" que lhe permitiram ganhar cinco taças da Liga, três campeonatos e outros títulos no clube de onde veio. Em Alvalade jamais alguém pensará em "vender a alma ao diabo" para, a qualquer preço, alcançar aquilo em que assentam os fundamentos e a essência do futebol em particular e do desporto em geral.

Ninguém amassa para fazer ruim pão! Mas haverá hoje muito poucas dúvidas de que a decisão de Bruno de Carvalho, em finais de Maio de 2016 e depois de uma época de evidente falhanço na conquista do nosso objectivo máximo, de renovar o contrato com  Jorge Jesus até ao fim da época de 2019, terá sido precipitada, extemporânea e pouco ou nada consistente e inteligente. Seria natural e aceitável que o fizesse em cima da celebração do grande objectivo que sempre será alcançar o título de campeão nacional. Mas que atire a primeira pedra quem nunca pecou. O Presidente do Sporting, se calhar com dados na mão que nunca chegaram ao nosso conhecimento, entendeu por bem assim proceder e as partes acordaram a renovação. O mal terá sido feito então e neste momento, apenas restará ao Sporting Clube de Portugal, como sempre fez ao longo de toda a sua história, honrar os compromissos assumidos. Os contratos fazem-se para serem respeitados e não para serem rasgados e atirados para o cesto dos papéis, pelo que em nenhuma circunstância deverá ser agora colocado em causa o compromisso assumido com o técnico, quando para mais, no caso específico do contrato milionário celebrado com JJ, se revelaria sempre absurda a indemnização que acarretaria, somada aos encargos que a contratação de um novo técnico acarretariam.

Outra coisa completamente diferente será admitir hoje, seja em que circunstância for, a prorrogação para além de 2019, do contrato a que o Sporting está obrigado para com Jorge Jesus, sem que tal acto seja subscrito em folhas timbradas com o título de campeão nacional de futebol!...

Sem necessidade e, bem pelo contrário, eliminando liminarmente a hipótese de permitir que publicamente seja especulado o facto de a continuação de JJ em Alvalade estar dependente de conseguir ou não sagrar-se campeão nacional na época de 2018/19, a verdade é que o actual técnico leonino deverá interpretar o silêncio que Bruno de Carvalho naturalmente deverá impôr a si próprio, sobre qualquer abordagem em matéria de renovação, como um sinal inequívoco de que a próxima época será, necessariamente, e sem as "condições despropositadas" de mais e mais e ainda mais contratações a que se tem vindo a habituar e a habituar a grande nação sportinguista, a sua última em Alvalade, caso não consiga colocar sobre o peito a faixa de campeão.

Não duvido do quanto custará a uma enorme fatia do fantástico universo leonino, suportar por mais uma época o "elefante" na nossa "loja de porcelana". Mas... "O que tem de ser tem muita força"!...

Somos diferentes?! Pois claro que somos!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

3 comentários:

  1. Atenção que ainda há muita coisa em jogo e para ganhar. Desde logo ficar em segundo, que é muito importante. Depois temos em casa a possibilidade de nos desforrarmos do porto, para a taça de Portugal. E ainda a liga europa. Embora não acredite em JJ para alcançar esses objetivos.

    SL

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  2. Boa noite. Agora mais a frio estive a rever o jogo de ontem contra o Porto e a as declarações do nosso treinador. Disse ele todo contente da vida que ganhou mais um jogador, mais um reforçou ele e que estava cá para isto. Sugiro que JJ vá de imediato para a equipa B.aí temos, felizmente, muita matéria para ele trabalhar.

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  3. O vencedor da Liga Europa clasifica-se diretamente para a Liga dos Campeões, não é? Já estou a ver a próxima argumentação de JJ: «É indeferente ficar em terceiro ou quarto lugar. Vamos poupar os jogadores e apostar tudo na L. Europa e, por essa via, atingir os milhões da L. dos Campeões... Não me conformo de a nove jornadas estar a oito, que são nove pontos, do líder! É vergonhoso!» Para quem, constantemente, está a apoucar o passado do Sporting, é inaceitável! É um insulto! Já no ano pretérito o foi.

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