Foi o único que foi parar à choldra!...

A vida é uma nora. Todos nós não passamos, enquanto por cá andamos, de simples e incansáveis alcatruzes. Ora brilhando à luz benfazeja do Sol, ora mergulhando na escuridão fria do fundo do poço...

Felizmente a esmagadora maioria de todos nós lutamos a vida inteira para que a nora não pare. E vamos vivendo e lutando com coragem e determinação para que depois de todas as curtas e sofridas passagens pelo fundo escuro, possamos renascer e brilhar à luz do Sol e alcançar aquele grão de felicidade que será sempre a razão maior e única que cá nos trouxe.

Outros julgam ser capazes de alcançar o milagre de a nora parar exactamente nos momentos em que o Sol os alumia e aquece e que serão felizes, assim, quentes e iluminados para sempre, sem por um segundo sequer pensarem que, para que tal milagre acontecesse, outros teriam de sofrer lá em baixo e também para sempre, a desgraçada amargura da escuridão...

As "toupeiras" terão por estes dias revolvido o chão que alguns julgariam compacto e firme e  trazido curioso e marcante ensinamento para todos em geral e para os amantes do futebol nacional em particular: a "nora da vida nunca pára"!...

José Augusto Silva, o protagonista das duas imagens acima, a primeira colhida por câmara amiga em 9 de Dezembro de 2017 e a segunda, absolutamente virtual e construída pelo autor destas linhas, referida a um dramático dia 7 de Março de 2018, que a comunicação social nos deu conta de ter sido decretada a sua prisão preventiva até à instrução do processo judicial de que irá ser alvo e concomitante julgamento. Esta sua história está resumida aqui com maior pormenor.

Mas o que mais me interessará até não será a triste história de vida de José Augusto Silva. Mais importante será reflectir sobre um velho provérbio do nosso desafortunado - pelas óbvias e consecutivas más escolhas de quem o governa! - mas sábio - pelo saber profundo que o tem conduzido ao longo de séculos" - povo que diz: "Tão ladrão é o que vai ao quintal, quanto o que fica ao portal"!...

Depois, conjugar essa reflexão com o extraordinário pensamento que nos legou Eduardo Galeano, nestes profundos e terríficos termos: "A Justiça é uma serpente, que só morde pés descalços"!...

Pois bem, José Augusto Silva, acreditando que a "nora da sua vida tinha parado, deixando-o sob um Sol resplandecente", foi ao quintal. E Paulo Gonçalves, e outros, e ainda outros e muitos mais que outros, ficaram ao portal, tão ladrões como ele...

Zé Augusto é pé descalço! Foi o único que foi parar à choldra!...

Leoninamente,
Até à próxima