E a sorte que teve o William!...
«Algumas considerações sobre este caso:
- ingleses destes, só que com menos dinheiro, veem-se ao pontapé em
Quarteira e Albufeira, infelizmente. E digo infelizmente porque, em Portugal, a
determinada altura, entendeu-se que o melhor que se podia fazer a um paraíso
balnear como o Algarve, era arruiná-lo com torres de apartamentos para labregos
das docas do reino de Inglaterra virem povoar. Esses mesmos que não vão a
restaurantes, nada trazendo de especial ao turismo, a não ser as suas
horrorosas figuras. Mas adiante.
- William parece-me, aos 25 anos, pela sua cuidada figura e
apresentação, e ponderado discurso, um homem equilibrado e capaz de pensar e
bem por sua cabeça; a sua passagem pela Bélgica deve ter-lhe aberto os olhos
quanto às vantagens e desvantagens da vida fora de portas. Por vezes estes
rapazes acreditam que viver lá fora é aquela cena idílica do screen saver que
lhes vendem, e depois torcem a orelha.
- há, em Portugal, uma figura engraçada que é o papá do jogador. Um
grande amigo e colega meu tem um filho que tem invulgar talento para o futebol.
Foi-lhe proposto (de verdade!) ir jogar para Sporting e Porto. O meu amigo
recusou sempre. Hoje o filho é um brilhante finalista de Economia, com um
risonho futuro, e o pai diz-me que uma das coisas que mais o convenceu a tomar
a atitude que tomou, foi o ambiente que via entre pais e mães dos meninos, que
insultavam treinadores, adversários e colegas (!) dos seus rebentos, e se
pegavam à pancada nas bancadas.
A psiquiatria mostra que papás frustrados por nunca terem valido nada no desporto, sublimam nos filhos a sua ânsia de sucesso e, principalmente, de lucro.
A psiquiatria mostra que papás frustrados por nunca terem valido nada no desporto, sublimam nos filhos a sua ânsia de sucesso e, principalmente, de lucro.
Segundo li, William tem um papá destes ( como Bruma e outros o tinham).
Bem avisado esteve William ao manter-se, espero, calmo, e ouvir os
conselhos de JJ ( que aqui esteve muitíssimo bem!) sobre a qualidade deste
quinto clube de Londres. JJ que, aliás, expressou essa opinião em conferência
de imprensa.
A propósito de JJ, a quem critico algumas atitudes, esteve também muito
bem ao poupar (com risco para si e para a equipa) Adrien e William até ao
fecho do mercado, para não existirem lesões que pudessem inviabilizar negócios.
Bravo, Sr. Jorge Jesus, mérito seu, decerto aumentou a consideração que os
jogadores têm por si.
Agora, William tem que pensar que, em vez de jogar a, decerto atractiva
montra, da liga inglesa, num clube menor, gerido por um senhor de ar etilizado,
com uma camisola a fazer propaganda a um site de apostas (creio não me enganar
em pensar que William seria vendido daqui a meses, com lucros grandes para o
bezerro das fotos, que não deve ter aceite ceder percentagem do lucro, e aí
deve estar o cerne do problema), jogará no seu Clube, pelo menos quatro jogos
contra dois dos maiores emblemas do futebol europeu, que poderão aumentar muito
a sua cotação. Pelo menos isto deve ele apreciar como positivo, caso tenha
ficado desiludido.
Uma palavra final: o presidente quebrou o silêncio e falou, mas com
ponderação. Bem, Sr. Presidente, continue assim, num registo muito profissional
e distante. Deixe as guerras para o director de imprensa, resguarde-se a si e
ao treinador. Sei que lhe custa, mas vai ver que lucra.
Um grande Abraço, caro Álamo, e desculpe o tamanho do comentário.»
(José Lopes, comentário em Leoninamente)
Troco de olhos fechados o pedido de desculpas de José Lopes, pela publicação do seu comentário para a qual nem autorização pedi, certo de que a amizade e o sportinguismo a tudo se sobrepôem.
É a voz da razão, William!...
Leoninamente,
Até à próxima
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