MUITOS PÁSSAROS A VOAR
«A realidade prevalece para além de qualquer cortina de fumo. O Porto, quando tentou justificar o injustificável – a inscrição de Depoitre quando o belga era inelegível para actuar no playoff da Liga dos Campeões – , prometeu aos adeptos que o dianteiro seria "substituído dentro do prazo previsto". O tempo esgotou-se e, adaptando uma expressão anglo-saxónica, Nuno Espírito Santo corre o risco de ir armado com facas para um tiroteio. Ao invés de se preocupar exclusivamente em vencer a eliminatória, tem ainda de acender umas velinhas para que nenhuma lesão faça tombar André Silva ou algum dos centrais. A Roma, como não brinca em serviço, garantiu Vermaelen e Bruno Peres para blindar a sua armada. No futebol não há coincidências. Apenas consequências.
A história de mercado do FC Porto neste defeso pode ser descrita pelo ditado que fala do quanto é importante ter pássaros na mão ao invés de meras possibilidades a esvoaçar. Só para o eixo defensivo a malha negocial alcançava Bruno Alves, Mangala, Boly, Alex e Ricardo Carvalho, sem mencionar outros nomes cogitados com teor especulativo. Nenhum destes alvos foi assegurado e, entretanto, foram gastos 13,5 milhões de euros em dois laterais-esquerdos e chegou um avançado de segunda linha. A palavra de Pinto da Costa, que sempre fez lei, indicava em meados de Junho que os alvos prioritários eram um central e um ponta-de-lança. Dois meses volvidos, Nuno enfrenta o playoff sem nenhum destes trunfos vitais.
Os sinais contraditórios são o aspecto mais preocupante que emerge, dado que fazem temer que a política desportiva e financeira rigorosa, vital após a época com maior prejuízo de sempre da SAD, como será confirmado em finais de Setembro, tenha descambado para a ilusão das compras por impulso. Na palavra do presidente, repita-se, a única que faz lei, Rafa ou Óliver Torres nunca foram enunciados como fundamentais. Tratar dos acabamentos de luxo sem primeiro garantir a solidez dos alicerces foi a receita para o desastre dos rivais do Porto durante longos anos. Sendo Maicon a única venda realizada, e nem sequer tendo asseguradas as verbas da Liga dos Campeões, o dragão está a jogar o seu destino na roleta.»
(Vítor Pinto, Banho Táctico, in Record)
No dia em que algum jornalista ousar ter a coragem de olhar para os actuais "DDT's" com o mesmo arrojo e espírito crítico com que Vitor Pinto disseca nesta sua crónica, a inexorável caminhada para o abismo dos anteriores "ddt's" cá no burgo, o edifício laboriosa, meticulosa, cínica e maquiavelicamente por aqueles erguido, exibirá o primeiro abanão do terramoto que há muito se adivinha e dificilmente resistirá às sucessivas réplicas daqueles que então hão-de ganhar coragem para pôr fim à vassalagem e ao envergonhado e genuflectido silêncio que hoje exibem.
O que acabei de afirmar, nunca significará nenhum aplauso da minha parte a Vitor Pinto. Porque quando um homem cai na valeta, todo o cão e gato lhe mija em cima! E o D. Bufas Corleone, como todos os ditadores, muito dificilmente conseguirá levantar a cabeça que enfiou na sargeta. Nesta condição, jamais me conseguiria ver a aplaudir quem hoje de peito feito desaperta os botões da carcela e descarrega a bexiga sobre quem sabe de antemão que mal algum lhe poderá fazer. O que eu gostaria de ver seria o filme rebobinado 20 anos com os mesmos actores que hoje inundam a comunicação social....
E a melhor prova sobre a assertividade deste meu pensamento, estará no comportamento que todos os companheiros de jornada de Vítor Pinto, quase sem excepção, exibem hoje perante o "novo império do mal" que, paulatinamente, vai sendo construído à vista do toda a gente de bem...
Sob o "manto sagrado e diáfano" de, dizem alguns sem vergonha, mais de 14 milhões!...
Leoninamente,
Até à próxima
em favor dos católicos, enterre-se o morto com a dignidade possível: 0-4 a favor da Roma e eliminatória resolvida.
ResponderEliminarEu que sou algarvio, mouro e por isso não crente, não dou a outra face. Fico à porta da igreja e não entro.
Aliás, salgue-se a terra para que nada mais cresça naquela imundice. Não me esqueço do episódio "joão moutinho". E não perdoo.
Eu também fico à porta de igreja e não entro!...
EliminarE que a terra se salgue!...
Ámen!!!...
Nos tempos "gloriosos" do guarda Abel, "nem uma agulha bulia
ResponderEliminarna quieta melancolia dos pinheiros do caminho…". Era assim a dita comunicação social do futebol. Hoje, ao contrário desses tempos, até militam pelos vermelhuscos, o que é ainda mais perigoso e mais escandaloso.
Meu caro A. Martins, segundo o conceito político e filosófico do barão de Montesquieu “Todo o império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas”. Ora adaptando esse pensamento à realidade do futebol português nas últimas décadas, as armas usadas para a fundação e consolidação, primeiro do império azul e agora do império vermelho, foram sempre, tanto num caso como noutro, as armas do crime, consubstanciadas fundamentalmente na corrupção, tráfico de influências e controle da comunicação. Nesta condição, assim como o primeiro desses impérios ruiu, o mesmo acontecerá ao actual. Exactamente porque as armas do crime poderão permitir a fundação de um império, mas jamais conseguirão sustentá-lo "ad eternum". Cedo ou tarde o império cairá e a Justiça triunfará!...
EliminarE permita-me outra analogia, se me prometer lê-la com ar sério e conter a gargalhada que ela possa sugerir: nunca poderemos comparar a força, a magnitude e a abrangência do poder de Joseph Goebbels, com aquelas que os imbecis lampiões julgam deter, hoje por hoje, neste triste, pobre, podre e decrépito futebol português! Mas todos aqueles que por cá andam com os olhos abertos para o mundo que nos envolve, sabem como acabou Goebbels!...
Fortes Saudações Leoninas
Os impérios só ruem quando deixam de vencer.
ResponderEliminarE só deixam de vencer, quando são derrotados! Umas vezes pela justiça dos deuses, outra pela justiça dos homens, mesmo que tardia...
EliminarEu acredito nisso...
EliminarEm Portugal, a justiça dos homens, vai tardar ou nunca acontecer! Esperamos que seja a deusa do panteão romano a atuar, a Iustiça.; sucedânea da Témis e Dice, do panteão grego.
ResponderEliminarPouco nos importará de onde possa cair a Justiça e a quem ficaremos a devê-la. Importante será acreditar que poderá tardar, mas... um dia chegará!...
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