"... Bruno de Carvalho tocou num ponto importante quando comentou o resultado da assembleia da FPF que rejeitou a proposta do sorteio dos árbitros. É difícil perceber como é que os delegados da Liga não se sentiram mobilizados para participarem na reunião e, assim, garantirem os 21 votos a que o organismo tem direito. Aliás, sete deles nem se dignaram a aparecer na AG! Independentemente da identidade desses delegados, terá sido a fraca convicção com que os clubes aprovaram o sorteio, em sede da Liga, que contribuiu para essa desmobilização. No mínimo, contudo, deveriam lá ter estado (todos) e votado de acordo com a orientação do grupo a que pertencem."
(António Magalhães, Entrada em Campo, in Record)
Não, ao contrário do que escreve António Magalhães, não será muito difícil de perceber "como é que os delegados da Liga não se sentiram mobilizados para participarem na reunião e, assim, garantirem os 21 votos a que o organismo tem direito.". O que aconteceu aos sete delegados da LPFP que, tal como Luís Duque, primaram pela ausência na AG da FPF, parece-me perfeitamente explicável.
Luís Duque terá estado presente fisicamente, mas nem por um segundo lá esteve como presidente e representante dos clubes profissionais de futebol. Esteve lá como representante daqueles que defendem a manutenção do "status quo" no futebol português: Benfica, Braga, Belenenses, Boavista e Tondela da I Liga e Mafra, Oriental, Farense, Aves e Famalicão da II Liga, assim como outros que as próximas horas nos revelarão. E os delegados ausentes, mais não fizeram que aplaudir de pé, bem distantes e no conforto do lar ou em reuniões de negócios mais lucrativos.
À "ausência" de Luís Duque e seus fiéis seguidores e correlegionários, chama-se incompetência, se quisermos ser elegantes e fugir à linguagem que Duque tem usado na inenarrável e nada edificante disputa verbal que mantém com o Presidente do Sporting Clube de Portugal, cuja reacção e incapacidade para se afastar da sargeta para que foi "convidado" eu lamento profundamente, como sportinguista e seu apoiante em facetas e acções, essas sim, de importância vital para o Clube.
E não terá ficado provada apenas a incompetência desses "oito ausentes". Também ficaram provadas, tanto a sua deslealdade à maioria dos clubes que na AG da LPFP, haviam mostrado o cartão vermelho a Vitor Pereira, quanto a sua cega subserviência ao novo poder vermelho instalado na Liga e que amanhã se prepara para novo mandato, perante a estupidez e visão curta das "espingardas" que Luís Duque, deligentemente, vem contando e arrebanhando. E serão de tal modo evidentes essas incompetência e subserviência, que até já haverá por aí quem pretenda chamar burro a Pinto da Costa, muito em particular uma grande parte da cáfila de jornalistas que sem vergonha ou pudor, continua alegremente a envergar a camisola que todos os que me lêem estarão fartos de conhecer.
Compreendo a nada fácil posição de António Magalhães e a necessidade que terá de chamar difícil à "napolitana missão" de uma parte da "escumalha" que hoje vemos na Liga. Mas ainda tenho esperança de o ver um dia assumir a coragem de Bob Woodward e Carl Bernstein, que conduziu à resignação de Nixon, na denúncia da podridão que grassa no pântano do futebol português. Porque tenho a profunda convicção de que não lhe faltarão inúmeras "deep throats" - mesmo que W. Mark Felt seja americano e em Portugal não exista o FBI -, a despejarem-lhe diariamente as essências odoríficas do pântano.
Não bastará portanto a António Magalhães, escrever que "Bruno de Carvalho tocou num ponto importante quando comentou o resultado da assembleia da FPF que rejeitou a proposta do sorteio dos árbitros". A nobre missão que a sociedade portuguesa em geral e os adeptos do futebol em particular exigem ao director de um jornal com a tradição de Record, será bem mais importante:
É imperioso, urgente e inadiável denunciar a "camorra"!...
Leoninamente,
Até á próxima
Li que dos 84 delegados, estavam presentes 71.
ResponderEliminarLogo, faltaram 13. Onde é que o autor do artigo foi buscar os 21?
Ou sou eu que não sei fazer as contas?
Leitor atento.
O "anónimo das 18:13" parece não ter compreendido o que António Magalhães pretendeu dizer, apesar de se presumir..."leitor atento".
EliminarComo "leitor atento" saberá que, segundo a Lei de Bases do Desporto, assiste à LPFP o direito de nomear 21 delegados à AG da FPF. Ora, independentemente de terem estado presentes 71 delegados num total de 84, AM apenas referiu que dos 21 que deveriam ter estado presentes em representação da Liga, apenas terão estado 14, sendo portanto 7 aqueles que primaram pela ausência...
Com esta explicação o caro "Leitor atento" já não fará qualquer confusão....
"Penso eu de que..."
Álamo, uma vénia da minha parte, que classe de resposta!!!:):)
Eliminarum abraço SPORTINGUISTA!!!
SL
Não vou entrar na discussão sorteio/nomeações. Acho que é daqueles temas em que os clubes adoptam a postura ventoinha: vai soprando à vez para cada lado.
ResponderEliminarHá nestes acontecimentos duas dúvidas com que fico:
1) A FPF muniu-se de pareceres que apontavam para a ilegalidade das alterações. Os clubes que propuseram a alteração não fizeram nada para acautelar esta questão? Solicitaram à Liga que o fizesse? Perante os pareceres negativos, os delegados devem votar ignorando-os?
2) Sabe-se que Pedro Proença é frontalmente contra o sorteio. Iria ele defender o contrário do que é a sua posição? Nesse caso, também seria tão fantoche de quem o apoia como se diz ser Luís Duque?
Cumps,
Nuno
Caro Nuno, tenho a firme convicção que cada um dos adeptos do futebol que tenha tido a capacidade de permanecer lúcido em todo este processo, recusará liminarmente a pseudo dicotomia "sorteio/nomeações". Por mim, penso que nenhum clube terá entendido o sorteio como panaceia capaz de colocar um travão às arbitrariedades de Vitor Pereira e seus "capangas". O que a maioria dos clubes pretendeu, no meu modesto entender, na AG da Liga, foi mostrar um cartão vermelho ao "status quo".
EliminarOs pareceres negativos apresentados pelos defensores da manutenção das nomeações, terão exactamente a mesma "legitimidade" dos positivos, que também existiram, encomendados pelos defensores do sorteio. Estamos em Portugal e a dignidade dos emitentes de tais pareceres, vale o prato de lentilhas que os solicitadores entenderem dar-lhes. Estamos fartos de assistir à mesma cena nos mais variados sectores da nossa sociedade.
Resumindo e ainda segundo meu modesto parecer, ninguém pretendia o sorteio. Apenas e tão só, uma maioria substancial de clubes pretendiam a queda, não só de Vitor Pereira, como de todo o CA da FPF. Na Liga isso foi possível, porque o Benfica ainda não controla a maioria dos clubes. Circunstância que já não se verifica na FPF, onde os tentáculos do Benfica há muito acabaram com as veleidades, imagine-se, até de Pinto da Costa.
Contudo os clubes terão conseguido algo, apesar da vitória pírrica do "status quo" na AG da FPF: a avaliação do desempenho dos árbitros e consequente classificação, vão sofrer profunda alteração, como dei conta em post anterior.
Falta o último episódio da novela: as eleições de amanhã na Liga! Se triunfar o Duque, o Benfica fica dono e senhor de todo o futebol português. Se Proença conseguir fazer-se eleger, poderá ser o primeiro passo para que a Liga venha a ser o embrião da regeneração do futebol português, com novo passo a ser dado no próximo acto eleitoral da FPF.
Eu vejo assim o quadro que se nos apresenta no futebol cá do burgo, com a grande, fulcral e decisiva questão a ser a "centralização na Liga dos direitos televisivos" que com Luís Duque serão entregues à BenficaTV. O acordo da "santa aliança", previa um "tratado de tordesilhas" entre Porto Canal e BenficaTV, com a exclusão da Sporting TV e SportTV. O Benfica terá conseguido excluir do negócio, tanto o Porto, quanto Joaquim Oliveira. Daí a supreendente reacção do mais importante "corneado". O resto serão "peaners", como muito bem definiu Jorge Jesus!...
Cumprimentos
O presiente da Liga, seja ele quem for e seja qual for a sua opinião pessoal, só pode defender a posição decidida em Assembleia pela maioria dos clubes.
EliminarOs delegados da Liga que faltaram à AG da FPF não cumpriram a sua obrigação e traíram a vontade maioritária dos Clubes
Quem os comandou do exterior ou, até, quem lhes pagou esta traição ?