A água e o fogo, juntos ?!... Verde será sempre verde!!!...

Luís Duque vai ser presidente da Liga

"Uma péssima escolha, um homem do velho futebol, do desnorte de dinheiro em contratações, ultrapassado e sem visão de futuro, que anda de pouso em pouso sem se saber muito que talentos tem, uma provocação ao Sporting que acaba de anunciar a intenção de o processar.

Um dia negro para o futebol português onde a podridão impera e onde nada muda e tudo fica na mesma. Duque é rating lixo, já devia ter vergonha sequer de aparecer. O seu tempo acabou há muito. Não há gente nova e limpa disponível?". 

(Rui Calafate, in It's PR Stupid)

Leio o desabafo a quente, do meu amigo Rui Calafate e contenho o impulso, maior que o nosso Alvalade, de deixar no seu imperdível It's PR Stupid, um comentário, com aplauso e abraço.

E porque me contive?! Porque pela minha mente de agnóstico puro e duro, fugazes com um raio, perpassaram as mensagens de dois pensadores, que tantas vezes me têm apontado caminhos, embora tão díspares e afastados: São Tomás de Aquino e Nicolau Maquiavel! Mas então alguém me questionará: a água e o fogo, juntos?! Impossível! Nada disso, a minha agnosticidade e o meu frio sentido pragmático, permitem-no.

Entre dois males inevitáveis, é preciso escolher o menor, terá defendido o santo! Mas, pardoxalmente, a Maquiavel terá sido atribuída a autoria do mesmo princípio, embora seja mais comum ver o seu nome associado a outra lição que dele teremos herdado, de que os fins justificam os meios.

Perante o primeiro destes conceitos, estou em crer que até Rui Calafate concordará comigo, quando lhe passar a quente indignação, que quase me chamuscava também. Porque escolher entre o escorregadio, venenoso, peçonhento e vermelho réptil Seara e a velha, nojenta e repugnante sanguessuga que Duque simbolizará, a minha preferência acaba por recair, inevitavelmente, no anelídeo.

Já quanto ao segundo conceito, se atentarmos nos fins que a grande maioria dos 27 reunidos em Coimbra terá pretendido alcançar, fácil será compreender o meio a que entenderam recorrer. Mas quer-me parecer que o seu escrutíneo terá resultado, mais da incompetência que grassa nas suas hostes, do que dos atributos da sua escolha, que incontornávelmente resultará sempre, numa pedra que serão obrigados a suportar nos seus sapatos, sabe-se lá por quanto tempo.

E agora, perguntarão os meus amigos sportinguistas?! Como sairá o Sporting de todo este indecoroso imbróglio?! Poderei estar redondamente enganado, mas a minha primeira impressão é de que o Sporting sai airosamente deste penoso episódio do futebol português!

Em primeiro lugar, porque afinal o "respeitinho" é muito bonito e a decisão unânime de uma procura clara e inequívoca de um "não afrontamento" está aí para quem a quiser compreender. Quem pretender colocar no mesmo saco, os alhos do diferendo Sporting/Duque, com os bugalhos da Liga, melhor será atentar no facto de que o saco poderá estar roto. Alhos são alhos e bugalhos nunca deixarão de o ser! Cada coisa deverá ser analisada e resolvida no seu preciso contexto.

Em segundo lugar, porque pese embora o silêncio com que as propostas leoninas foram recebidas, esta escolha nunca significará a sua rejeição, muito pelo contrário, poderá transportar já o germen de uma futura inflexão no sentido, ainda que não coincidente, mas de certo modo bem mais próximo do que se poderá julgar, do ultimamente preconizado em Alvalade e que só a proverbial casmurrice e egocentrismo do dirigismo do futebol português, ainda não permitiu interiorizar e levar à prática, como caminho único e incontornável.

Finalmente, e deixem-me puxar a brasa para a minha sardinha, por muito diversificada que seja a paleta policromática do verde...

Verde será sempre verde!...

Leoninamente,
Até á próxima