quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Futebol numa encruzilhada?!...


Unidades e realidades

«As unidades de performance representaram uma das bandeiras eleitorais de Frederico Varandas e, na prática, a sua utilidade tem sido inquestionável.

Alicerçadas em saber nos domínios da fisiologia, psicologia, nutrição, motricidade, e demais especialidades, este centros de inovação ajudam a mitigar o esforço desumano a que - crescentemente - são sujeitos os atletas de alta competição, mas não conseguem - nem em rigor podem - eliminar todos os riscos.

Assim, não havendo quem duvide da estruturação clínica do Sporting, é impossível não olhar à enormíssima lista de lesões, sejam traumáticas ou musculares, e hesitar entre a bruxaria ou o bruxedo.

Daniel Bragança rompeu um ligamento cruzado do joelho esquerdo; Nuno Santos sofreu uma rutura do tendão do joelho direito; Pote, Inácio, Catamo, St. Juste, Quaresma, Morita, Gyökeres, João Simões, Matheus Reis são alguns nomes que se juntam ao rol.

Em média, o Sporting viu-se privado de 5 titulares a cada jogo. Meia-equipa de cada vez.

No entanto, e passe a expressão, as lesões não magoam só quem, efectivamente, se aleija. Perguntem a todos os outros - saudáveis - quantas pequenas mazelas e "faltas de oxigénio" não se lhes contam por falta de rotação. Trincão é, de tal facto, acabado exemplo. A meio da época leva já 38 jogos e 3.294 minutos nas pernas. Basta uma simples análise para perceber que - não constando da assustadora lista de "estaleirados" - se encontra em manifesta depressão física, com reflexos óbvios no seu desempenho.

Eis senão que nos devemos colocar a mais difícil questão: em determinados momentos, e a despeito dos ditames das já citadas unidades científicas, não seria apropriado afastar completamente determinados jogadores, ao invés de lhes dar utilizações matemáticas e competitivamente inúteis?

Por mim, e por muito que choque, desistir do jogo contra o Dortmund não teria revelado nenhuma ferida no orgulho ou na reputação, mas configuraria, ao invés, um bom acto de gestão desportiva.

Se na máxima força é difícil concorrer em todas as frentes, a meio-gás é absolutamente impossível.

Na Arte da Guerra, Sun Tzu ensina sobre a arte de romper um cerco. Segundo escreve no seu milenar e sempre actual compêndio, quando sitiados, devemos aplicar toda a força num só ponto, rompendo deste modo a força externa que nos sufoca e retira a propriedade.

O Sporting está em guerra contra a lesão e como tal tem aqui boa lição. Como dizia Jesus, é tudo muito bonito, mas no campeonato é que está o ganho.»

Futebol numa encruzilhada?!...

Leoninamente,
Até à próxima

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