A Rúben o que é de Rúben
«Em dois jogos, Roger Schmidt deu a volta à sua reputação. Sob a espada de Dâmocles da fúria que se pressentia das bancadas, em Salzburgo e Braga fintou o destino que habitualmente se traça a quem não cumpre os objectivos desportivos. Na Áustria venceu com todo mérito, para o campeonato não precisou de inventar muito. Aguardou pela vertigem ofensiva arsenalista, para explorar o contra-golpe e usar Rafa naquilo que tem de melhor, deambular solto no meio de uma defesa fraca e lenta, sem cobertura de um Zalazar com dotes criativos mas sem capacidade de choque e que rapidamente foi retirado do jogo por Artur Jorge. Na sexta e última temporada de ‘The Crown’, o secretário de imprensa da rainha apresenta-lhe a sua demissão, explicando com a racionalidade que devem ter os bons conselheiros que "às vezes é preciso um bode expiatório". Em Braga não é necessário arranjar essas desculpas, como já tinha apontado há algumas semanas, António Salvador tem de pedir ao Pai Natal pelo menos um central veloz e com inteligência emocional se quer continuar a bater o pé aos grandes.
Em Alvalade, no duelo entre os dois melhores técnicos nacionais, ganhou Rúben Amorim. Primeiro, porque este ano contratou apenas três jogadores e, sem contar com Fresneda, Gyokeres é até agora o factor determinante da Liga e Hjulmand não é Palhinha nem Ugarte mas tem feito bem a posição 6. O FC Porto foi buscar Nico Gonzalez, Ivan Jaime, Fran Navarro, Francisco Conceição e Alan Varela e só os dois últimos apresentam rendimento. Depois, nota-se união no grupo de dragões por influência do treinador – que agora ainda teve de aturar o destempero vocal de David Carmo – contudo, a qualidade de jogo não tem sido elevada e há um défice à vista de todos que é a concretização. O Sporting tem uma comunhão ainda maior fruto da identidade criada e bem gerida pelo técnico e isso fez-se sentir na segunda-feira onde se superiorizou categoricamente. Para lá disso, há paz institucional entre os leões, enquanto entre os portistas todas as semanas surgem notícias de actuais e futuras mazelas num clube que pode sair fragmentado do próximo acto eleitoral. Glória aos vencedores e honra aos vencidos, neste caso os louros para quem mereceu mais, a Rúben o que é de Rúben.
Esta frase é baseada em algo atribuído a Jesus Cristo: "dai pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Vamos então aos ‘deuses’ do futebol. Julgo que é fulcral para esta indústria que seja cerceada pela raiz esta vitória em tribunal dos que pretendem impor uma Superliga. Isto era matar as competições nacionais entregando aos dinheiros do petróleo, oligarcas e alguns fundos nebulosos o destino de um jogo que precisa de alma e paixão e não de competições de plástico.»
Importante é o próximo jogo!...
Em Tondela, no sábado!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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