Com estofo e sem estofo
«Rúben Amorim é um bom comunicador. Pode já ter patinado umas vezes, mas foram muito poucas desde que serve o Sporting. Nesta semana mencionou aquilo que vai fazer a diferença até ao fim do campeonato: o estofo. A capacidade de ser resiliente, navegar bem a pressão positiva e não sucumbir nos maus momentos. Disse: "Temos muito mais estofo que há dois ou três anos." Com isso queria reforçar que a equipa sentiu a derrota extremamente injusta da Luz, porém, está firme e fortalecida para os próximos embates nas mais diversas frentes.
Sabemos como o futebol é volátil, o que hoje é verdade amanhã é mentira, tudo dependendo apenas do sortilégio de um golo marcado ou falhado. Contudo, nesta altura da competição o Sporting respira confiança, está com estofo de forte candidato e tem uma nação leonina unida em seu redor, encantada com um ponta-de-lança que foi um achado e que é até agora o factor desequilibrador da Liga.
Por seu turno, no Benfica já não se blindam informações que dão conta do descontentamento com o alemão que na época transacta seduziu tudo e todos. Confesso que quando li a sua declaração, "estamos novamente muito fortes", sorri e pensei que a vida seria muito difícil em Moreira de Cónegos. E foi. Ninguém compreendeu essa soberba por parte de quem os benfiquistas esperam muito mais, sobretudo após um empate com o Inter que revelou uma equipa desnorteada. Tudo pode mudar, mas o relacionamento de Roger Schmidt com a bancada esfriou por completo.
Dá a ideia que o germânico não tem estofo para aguentar a pressão quando as coisas não correm bem. Perde o controlo, o seu modelo de jogo naufraga à vista de todos e vai dando sinais que se sentiria muito tranquilo se lhe propusessem a rescisão do contrato. Talvez Rui Costa e os seus financeiros tenham de perder o amor ao dinheiro de uma choruda indemnização para alterarem o estado da arte. Abel Ferreira é caro mas não enjeitaria a hipótese de ser campeão no seu País com as águias e mais uma vez provou no Palmeiras o seu estofo de conquistador.
É reconhecida a vertigem competitiva, a capacidade de viver na fúria permanente da acção de Sérgio Conceição. O seu toque de Midas também, para tornar razoável o sofrível. Todavia, torna-se muito complicado constatar que um promissor e exuberante projecto de grande central português que evoluía em Braga, David Carmo, não tem estofo mental para andar na alta roda. O que se passou no Estoril exibe à saciedade como o plantel do FC Porto é curto e muito longe da qualidade de outrora. Até quando o treinador aguentará andar por ali?»
No presente, claro, claro, mais claro não há!...
A gente vai continuar!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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