«1 - Para o Herr Schmidt, perguntarem-lhe se um resultado foi melhor que a exibição só pode ser uma provocação, vinda, não de um jornalista, mas de um adepto do Sporting ou do FC Porto. Como se qualquer jornalista ou qualquer adepto, incluindo os do Benfica, não tivesse acabado de assistir a mais uma triste exibição do Benfica, que, mesmo jogando contra dez nos 40 minutos finais, só conseguiu empatar aos 94' e chegar à vitória aos 98' por 4 cms (disse o VAR e acredite quem quiser). Já milhares de benfiquistas tinham abandonado o Estádio quando Roger Schmidt e todos à sua roda celebraram euforicamente uma vitória caída do céu e obtida uma vez mais contra um rival directo jogando em superioridade numérica - contra o F.C. Porto foi uma hora em vantagem e, mesmo assim, 30 minutos a ser subjugado, em casa. Um dia virá em que Herr Schmidt terá de enfrentar os rivais em igualdade numérica o tempo todo ou até, pesadelo impensável, em inferioridade numérica, e então nenhum VAR lhe valerá. Mas domingo, foram as próprias celebrações da vitória, por Schmidt, os seus e o público da Luz, tão descontroladas como se tivessem acabado de ganhar a Champions, que deram a resposta à pergunta que ele achou ofensiva.
E assim, celebrando como se tivesse ganho a Champions, ele julgará ter feito esquecer mais uma miserável prestação na verdadeira Champions, em que o Benfica levou os seus jogadores passear as camisolas em San Sebastián e alguns energúmenos exibir os seus maus hábitos, aqui sempre impunes, pelas bancadas do estádio da Real Sociedad. E talvez tenha razão, pois uma coisa eu tenho de reconhecer: não há público mais fiel entre nós, mais generoso para com a sua equipa, do que o público benfiquista. No Dragão, são tão apaixonados quanto os do Benfica, mas, talvez porque estejam mais habituados a ganhar ou porque gostem mais de futebol, somos capazes de assobiar a equipe quando ela está ganhar 1-0 a 5 minutos do fim, num jogo da Champions e achamos pouco. Não por acaso, temos 9 pontos na Champions e quase garantida a passagem aos oitavos, enquanto o Benfica acumula quatro derrotas em quatro jogos e apenas um golo marcado. Por isso, como se nada de vergonhoso se tivesse passado na última semana com a equipa que ele comanda, um radiante Roger Schmidt foi capaz de declarar, impante, no final de um jogo ganho sem saber como, que estava em 1º lugar no campeonato - também sem saber como e sem justiça alguma. Se o título fosse atribuído em função da categoria revelada por um treinador na hora da vitória ou da derrota, Rúben Amorim seria o campeão e Roger Schmidt nem à Europa ia...»
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