Mudar de página
«Mais de uma dúzia de processos da Autoridade Tributária, sem contar com todos os outros, da Polícia Judiciária, agrupados em torno das designações genéricas das operações policiais, como a Fora de Jogo, Penálti, etc, representam hoje o chamado ‘novo normal’ na relação entre o fisco e o futebol.
Mais do que nunca, muito por força da acção impulsionadora das investigações da Direcção de Finanças de Braga, lideradas pelo inspector Paulo Silva, e pelo procurador-geral adjunto Rosário Teixeira, que inspiraram outros departamentos tributários, o fisco tem nas mãos informação e meios para a trabalhar, que redesenham uma nova geografia nas relações processuais e materiais com a indústria do futebol.
O empolamento de custos nas transferências, os serviços associados, as comissões não declaradas, as estratégias de redução da base declarativa e tributável, tudo isso, que criou uma insuportável cadeia alimentar por baixo-da-mesa no futebol, não diria que tem os dias contados. Mas que está hoje sujeito a uma pressão investigativa, tributária, de censura social, muito maior, como nunca aconteceu, não há dúvidas. E não vai parar.
Acabou o tempo em que o fisco perdia por falta de comparência ou por cuidada gestão de interesses recíprocos entre política e futebol. Existe, já há algum tempo, uma nova rotina nas relações entre fisco e futebol. Daqui para a frente, os agentes desportivos, sérios ou de aviário, as sociedades anónimas desportivas, os clubes transacionados como melões entre dinheiros de nacionalidades diversas, os serviços fictícios, os direitos de imagem ou outros, tudo o que empobrece os clubes mas enriquece empresários, presidentes e jogadores, está sujeito a um escrutínio implacável.
É certo que a litigância jurídica poderá criar muitos empastelamentos na máquina. É normal, faz parte de um processo justo e equitativo. Mas não me espantaria se fosse emergindo a suspensão provisória dos processos como forma de recuperar receita para o Estado e, ainda, como elemento central de uma nova e expedita relação entre este e os clubes, empresas e pessoas com problemas fiscais no futebol.
O facto de a esmagadora maioria dos casos investigados reportarem ao tempo de presidências marcadas pelo pesado espectro de uma gestão delinquente, como aconteceu com Vieira no Benfica, Carvalho no Sporting, e ainda acontece com Pinto da Costa no FC Porto, é bem sintomático da necessidade de mudar de página em tudo. Nos clubes, nas práticas de gestão, nas relações com intermediários, na transparência da contabilidade. Nesta como noutras frentes, o futebol tem de perceber, definitivamente, que não é um mundo à parte.»
Sentadinhos à espera p'ra ver!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Carvalho no Sporting ... He he he he he he .. tansos.
ResponderEliminarE assim se tenta lavar a história.
EliminarA "gestão" em investigação é de um tal Varandas...