sábado, 21 de janeiro de 2017

Há oportunidades que não podem ser desprezadas e jamais perdidas!...


BRUNO NÃO PERCEBE O PECADO ORIGINAL


«O Sporting está a atravessar mais um período difícil da sua história e Bruno de Carvalho está a atravessar o pior momento do seu primeiro mandato de quatro anos como presidente dos leões. Este pior momento – em grande parte, devido aos maus resultados desportivos – acontece precisamente numa fase em que o candidato a um novo mandato precisaria de protagonizar, ao mesmo tempo, a figura de um presidente forte, com ideias claras, e disposto a corrigir algumas das suas fragilidades. Quer dizer: o candidato Bruno de Carvalho necessitaria, neste momento, de um presidente sólido, capaz de fazer um esforço suplectivo para não ser ele o principal causador da instabilidade que se vive em Alvalade. Uma instabilidade que resulta do facto de o Sporting, nos últimos dois anos, não saber exactamente o que fazer no plano da comunicação.
Já passou tempo suficiente para Bruno de Carvalho compreender que, a esse nível, a estratégia falhou e não faz nenhum sentido. Quando algo falha – e não o querer ver representa um estado de preocupante negação –, o que se espera de um líder é que tenha a agilidade suficiente e a capacidade de alterar o que está errado.

Bruno de Carvalho, contudo, persiste no erro e, ao fazê-lo, não apenas está a descapitalizar, rapidamente, tudo aquilo que fez de bom para o Sporting (e há muita coisa positiva a apontar), como está a dar trunfos à oposição e, também, aos seus rivais, que neste momento devem estar cansados de fazer humor com a capacidade autofágica do clube de Alvalade, uma espécie de ADN histórico que se colou à pele do leão e que, volta e meia, lá aparece a jorrar lava como acontece na erupção de um vulcão.

Do Grupo Stromp ao centro de poder do Sporting há sinais claros de preocupante ruptura: posições difíceis de concertar, conflitos surdos e quase sempre não mudos. Em vez de haver uma mobilização estratégica no sentido de estancar as hemorragias internas e de aproximação reconstrutiva de todas as sensibilidades da família leonina , o que se assiste? A uma propensão suicida para abrir frentes de combate com tudo e com todos, como se o Sporting constituísse ou tivesse ao seu serviço um imponente exército capaz de derrubar muros, pessoas e instituições.

O que é mais difícil de entender – e isso, creio, tem a ver com um mecanismo pessoal de obstinação utópica – é que Bruno de Carvalho não alcance o efeito do seu pecado original. O pecado original é a forma de exercer a presidência. A forma como se distancia da única posição que um presidente deve ocupar. Um presidente não serve para as tarefas elementares e minimalistas. Um presidente tem de se reservar para as questões macro. Bruno de Carvalho não consegue despir o fato de presidente-adepto e, de vez em quando, mostra uma propensão para ser presidente-jogador, presidente-treinador, presidente-director de comunicação, presidente-médico, presidente-massagista. E isso é uma forma original de ‘presidir’ que é contraproducente para o próprio Bruno de Carvalho. A sua preocupação deveria ser constituir uma equipa profissional, coesa e transversal, na qual delegasse um conjunto de competências nos operacionais do dia-a-dia e deixar para si os momentos das grandes decisões. A liderança que decidiu corporizar é errática, potencia focos de conflito, desuniões e muita desconfiança.

Na época passada, a equipa de futebol esteve quase a fazer um ‘milagre’ e reconquistar o título de campeão nacional que lhe foge há quase 15 anos. O Sporting jogou futebol e parecia claro que a aposta em Jorge Jesus, uma aposta que envolvia os seus riscos, pelo impacto, pela reacção externa e por aquilo que poderia representar em termos de choque técnico-desportivo, havia resultado. Mais gente em Alvalade, mais espectáculo, mais vitórias e, consequentemente, mais temor, mais respeito e mais incómodo. Contudo, a dinâmica de reajustamento do plantel não correu bem. O Sporting pode ter ficado, naturalmente, satisfeito com o êxito da Selecção Nacional em França, como todos ficámos, mas deixou alguns dos seus jogadores, ainda mais valorizados pelo efeito da sua participação no Europeu, com vontade de sair. Gerou-se então um fenómeno negativo de inconciliações várias. Os que ficaram, mas que tinham outras expectativas; os que saíram e deixaram os cofres cheios e os que entraram mas não foram capazes de demonstrar, rapidamente, valor suficiente para serem alternativa ou compensações aos diversos vazios que entretanto se geraram. Jorge Jesus não foi suficiente para reduzir a dimensão do estrago e a desconfiança foi-se instalando. Agora, tudo é possível até Março e a situação é tão complexa que o edifício pode implodir. A qualquer momento.

Jardim das estrelas: Perda de poderes (**)

A questão da perda de poderes de Jorge Jesus está na ordem do dia. Quando Bruno de Carvalho contratou o ex-treinador do Benfica, sabia muito bem das condicionantes dessa contratação e, quando lhe prorrogou o contrato, aceitou o princípio de que JJ é mais do que um treinador convencional. Presidente é presidente, não pode deixar de estar hierarquicamente acima (mesmo) de um treinador não convencional, é óbvio, mas esta conversa da ‘perda de poderes’, a ser levada a cabo, se não for concertada, e não me parece que possa ser, tem tudo para acabar mal.

O plantel precisa de ser reajustado, toda a gente percebe isso, sobretudo depois de se concluir que alguns reforços não o são.

Parece-me claro que, se Bruno de Carvalho der fogo à tónica do esvaziamento de poderes de uma forma impeditiva e abrupta, contrariando aquilo que foi previamente acordado, vamos ter um quadro muito negativo em Alvalade. Depois do que já aconteceu, e após o que Jorge Jesus disse ontem, na conferência de imprensa, não estou a ver o treinador do Sporting a desistir e a sair pelo seu próprio pé.

A situação pede muito bom senso, de parte a parte, mas o presidente do Sporting está muito pressionado. Como já disse e escrevi, ninguém está isento de responsabilidades mas, nestes momentos, é preciso saber-se exactamente o que se quer. E não me parece que seja isso que está a acontecer.»


O som dos alarmes chegam em catadupa de quase todos os quadrantes e de todas as direcções, com a excepção óbvia e natural dos indefectíveis. Indiferenciadamente e por razões absolutamente compreensíveis, cada um desses alarmes toca de forma mais ou menos estridente e mais ou menos elegante e respeitosa: os inimigos carregam agora nos botões de forma abrupta e desordenada - pouco importando se concertada ou não -, os adversários fazem-no de modo mais trabalhado e subtil mas os efeitos não deixam de ter tradução igual e os amigos e admiradores, juntam às críticas de sempre o sinal vermelho, indicador seguro de que os riscos começam a ser superiores às certezas!...

Mas tudo parece resvalar na carapaça de uma presumida e pouco inteligente surdez, até ao dia em que as trincheiras dos "indefectíveis" venham a ser eventualmente inundadas e contagiadas por tão inopinado "maremoto"!...

Já o tinha sublinhado por aqui  e não me cairão os parentes na lama, nem a minha admiração e decisão sairão beliscadas se o voltar a repetir...

Há oportunidades que não podem ser desprezadas e jamais perdidas!...

Leoninamente,

Até à próxima

6 comentários:

  1. O mais fácil, desde q BdC chegou à administração do SCP, é defender o óbvio.
    O mais difícil é ter os tomates necessários para aguentar a tormenta onde já se sabia, à partida, q se ia entrar.
    JÁ SE SABIA, À PARTIDA!
    Já se sabia que as frentes de conflicto eram muitas E TODAS AO MESMO TEMPO!
    JÁ SE SABIA!
    A diferença, aqui, é entre quem tomates e que não tem.
    Para aguentar isto é preciso ter tomates. Pelo contrário, e para voltar ao conforto basta não os ter e munir-se de argumentação mainstream, a mais fácil de produzir e de entender.
    Se, e repito, se se tivesse ganho no ano passado (e era mais q justo e correspondente ao q a realidade pedia) a conversa era outra.
    No ano passado não se ganhou porque o q TUDO o q se está a combater ainda funciona. Tudo.
    A realidade não está separada em bocadinhos.
    Este combate não pode ser feito em confortáveis porções.
    BdC não abriu várias frentes, ELAS JÀ ESTAVAM ABERTAS ANTES e ele assumiu o confronto. É uma questão de tomates.
    E sejamos sérios, só um maluco e dos cheios de defeitos, se mete nisto.
    Só temos é q o apoiar e deixarmo-nos de merdas porque os adversários não o querem aqui por razões ÓBVIAS.
    Finalmente chegou o nosso maluco. Os outros já os têm há muito.

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    1. Um dos melhores comentários que me lembro de ver por aqui...

      Sim perdemos mais dois pontos... e chega-me ouvir um benfiquista, em direto, a dizer que o SPORTING não se pode apenas refugiar nos erros de arbitragem no jogo de hoje....

      Ok...!!!! Obrigado... É que já nem preciso de ver...

      Tudo resto... de fora para dentro, de dentro para fora e principalmente de dentro para dentro... BLÁ BLÁ BLÁ...!!!

      ... e a caravana passa...!!!

      p.s. Terei dito aqui (por outras palavras) que não ganhávamos um jogo até março.... Já falta pouco... Valha-nos isso... BLÁ BLÁ BLÁ...!!! Caracolinhos, e outros hermafroditas, ao vento... BLÁ BLÁ BLÁ, BLA BLA BLA

      #BdCPRESIDENTE

      SAUDAÇÕES LEONINAS

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    2. É preciso tomates para ir ao balneário desancar nos jogadores ? Para dar uma volta olímpica no caso de vitória ? Acho que nestes casos é preciso outra coisa para não o fazer.

      J. Silva

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  2. Acredito que " não se dorme" em Alvalade...
    Acredito que finalmente se tenha " aprendido com os erros"...sim todos sabemos que tem havido erros...
    Mas não tem sido facil a vida do Presidente do Sporting...

    Devido ao facto de estar a convalescer de uma intervenção cicurgica ( estou melhor graças a Deus...) tenho tido o tempo que antes não tinha e por isso a possibilidade de ler, ver e ouvir o que antes não era possivel...
    Primeira constatação...: não temos um unico meio de CS que não nos seja adverso e não " odei" BC...
    Dos comentadores então é um nojo escutá-los...
    Ainda ontem vendo a CMTV, que confesso não via porque só aqui em casa de uma das filhas tenho acesso...escutei um comentador chamado Octávio de que nem me recordo o apelido...
    Escutei um homem que destila veneno mentiroso contra o Sporting e o seu Presidente...
    Eu sei que BC muitas vezes deveria saber calar-se...
    Mas se ele se calasse...os "outros" manter-se-iam calados...?
    Não acredito que isso acontecesse...é que sem estar a " desenterrar" teorias de conspiração, há mesmo muita gente a desejar ver um Sporting amorfo e sem " ser capaz de morder"...
    É que essa conversa de que o futebol nacional precisa de um Sporting forte...
    Na boca de muita dessa gente soa a mentira descarada, porque o que verdadeiramente eles querem...é verem-nos por baixo...
    Gostaria volto a dize-lo...de ver um BC mais consensual, mais silencioso e menos interventivo...
    A verdade porém é que não sei se um BC de mordaça...seria mais util ao Sporting...

    Eu por mim apenas continuo a ter uma certeza...
    É que mesmo com muitos "defeitos"...algumas das "virtudes" que reconheço em BC...
    Levam-me a confiar-lhe os meus votos...
    SL

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  3. Dou razão a Rui Santos. Apoiei muito as lutas de BdC mas agora em período de reflexão penso que o Sporting precisa de melhor para o novo mandato. Madeira Rodrigues não é melhor que Bruno de Carvalho mas Bruno de Carvalho sem melhorar muito não chega também. Voto nele porque não há melhor mas sem grande confiança no que é capaz de fazer.

    JRamos

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  4. Como venho (assiduamente)a alertar, BdC e JJ são, neste momento,personagens e personalidades incompatíveis. Os resultados das 2 próximas jornadas poderão de uma forma clara acentuar esta incompatibilidade. Caro Álamo, deixo-lhe aqui um sinal premonitório do que se pode passar: esteja atento às atitudes e comportamentos da Juve Leo!
    SGL ( Saudações Gloriosas e Leoninas )

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