Vestir a carapuça
«Como pelo menos os leitores menos novos bem se lembram, a expressão "vestir a carapuça" é comummente utilizada quando alguém se sente atingido por um comentário ou critica feito por um terceiro de forma não personalizada. Apenas para mera satisfação de curiosidade geral, cumpre recordar que tal expressão tem origem na Idade Média, numa época em que os acusados pela Santa Inquisição eram obrigados a comparecer diante do tribunal com uma túnica longa e um chapéu pontiagudo, que simbolizava a culpa do acusado.
Ora, em bom rigor foi assim que em parte me senti após a atuação do novo treinador campeão nacional após a sua atuação no palco do Marquês, não porque tenha defendido que o Sporting apenas será campeão de 18 em 18 anos ou que o bicampeonato seja um objetivo para sempre inalcançável, mas particularmente pelo facto de (sem prejuízo de estar a cometer algum erro ou injustiça com um qualquer outro cronista/comentador ainda que de forma involuntária e inconsciente) de ter sido provavelmente o primeiro a ter escrito e defendido que o primeiro título de campeão nacional de Rúben Amorim também derivava do facto da pandemia ter permitido que a equipa verde e branca pudesse jogar livre da pressão imensa que então ecoava das bancadas ao primeiro infortúnio, erro ou golo sofrido.
Salvaguardo que quando tal escrevi, ainda tinham decorrido meras 7 ou 8 jornadas da Liga 2020/21, pelo que desconhecia em absoluto aquilo que viria a ocorrer no final de tal época, mas era óbvio que a guerra que as claques sportinguistas tinham declarado a Frederico Varandas e sua Direção por ter findado um conjunto de regalias e estatutos, viravam-se a cada jogo em casa contra a própria equipa e jogadores verdes e brancos. As bancadas vazias a que o Covid obrigou, impediram que os ultras leoninos se virassem contra a própria equipa, tornando os jogos em casa mais difíceis que os jogos fora e esse terá sido um dos fatores (obviamente não o único) principais para o sucesso daquela época.
Importante referir que, não por casmurrice ou despeito, mas por pura convicção e ainda que apenas possa ser um exercício especulativo, mantenho, ainda hoje, a mesma ideia.
Mais ainda, até vou mais longe no mesmo raciocínio. Foi esse mesmo Estádio José de Alvalade despido de 2020/21 que não só contribuiu para o (merecido) título dessa época, como também para o da que agora finda.
Isto porque se Rúben Amorim não tivesse sido campeão em 2021, provavelmente não teria conquistado o crédito que conquistou junto da massa adepta sportinguista e dificilmente teria resistido aos maus resultados das duas épocas seguintes (2021/22 e 2022/23).
Até digo mais, sem a Covid-19 e sem esse campeonato ganho na época 2020/21, até poderá ser legitimo questionar se Frederico Varandas ainda seria hoje o presidente do clube de Alvalade? Se calhar, não.»
"Olhe que não, doutor, olhe que não"!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Não é "enfiar a carapuça"?
ResponderEliminarQue crónica cheia de azia. O que nos vale é que o Sporting é campeão!
ResponderEliminarSL