"Bastou uma parte má na vitória com o Estoril, uma derrota com o Nápoles, uma exibição muito cinzenta no empate com o SC Braga e uma qualificação na Taça de Portugal com passagem pelo prolongamento para o ruído se ouvir. O alvo: Rui Borges. Mas foi preciso esses decibéis subirem para o treinador do Sporting dar um grito que já devia ter dado há mais tempo. Está na hora do transmontano acordar, vestir o fato do treinador dum grande e se preciso for assumir o confronto saudável.
Rui Borges foi campeão nacional, não começou a época que teve Amorim no início, mas selou o bicampeonato inédito em 70 anos no clube e a dobradinha que não era pelos verdes e brancos conquistada há mais de 20 anos. Mas esta época isso de pouco vale e pela frente há um FC Porto que conta efectivamente e um Benfica que tem a voz de José Mourinho… Borges não pode ficar calado, não pode aceitar o rótulo de treinador de equipa pequena que se lhe aponta. E isso aponta-se porque em certos jogos grandes, o Sporting em vantagem recuou, ficou a defender a magra vantagem e na partida com o SC Braga pagou a factura com um empate que lhe caiu em cima da cabeça quase no fim.
O ruído subiu de tom e senti o treinador sozinho. A certa altura, o volume aumentou mas a defesa do técnico não apareceu por parte do clube. Nem uma palavra, nem mesmo um sinal. Até quarta-feira à tarde, onde a imagem de união surgiu na transmissão do jogo da Youth League, em que o técnico esteve (a escassas horas o encontro da equipa principal) com Frederico Varandas e Salgado Zenha de um lado e Bernardo Mortais Palmeiro do outro.
Na véspera, o despertar do treinador, resposta aos críticos e fico a pensar se não também uma mensagem para dentro, a reclamar esse sinal de apoio que faltava… E com esse despertar, um sinal de coragem que ainda não tinha visto, em vésperas de encontro da Champions com o líder do campeonato francês, capaz de ganhar ao todo poderoso campeão europeu PSG.
Não deixa de ser curioso que tenha sido o primeiro jogo grande que os leões venceram esta época. Dizem alguns que tudo correu de feição, o penálti revertido e expulsão do homem do Marselha, o golo com ressalto de Alisson… Mais do que curioso, porém, um sinal de que foi preciso ousar na atitude, dentro e fora de campo, para a sorte dum jogo mudar a favor do leões. Porque se a sorte protege os audazes, isso acontece porque é preciso audácia para se triunfar num grande. Rui Borges terá percebido isso e por isso o vimos falar alto na conferência de imprensa e meter a equipa alta e ávida de vitória na segunda parte. Estou em crer que só com essa atitude os verdes e brancos conseguirão chegar ao tricampeonato, porque plantel de campeões requer treinador com atitude de campeão.
Rui Borges nunca teve a tarefa fácil: nunca o teria o treinador que tivesse Amorim na sombra e por isso já aqui escrevi que não é fácil ser Rui Borges. Mas se Rui Borges for este que falou antes do jogo com os franceses e o que mexeu na equipa para a segunda parte triunfante de quarta-feira, então será mais fácil ganhar e assim calar o ruído. O risco valerá sempre a pena. Como valeu esta semana, porque até os jogadores sentirão que têm a comandá-los um general sem medo. Rui Borges sonha com o tri mas percebeu que para o ganhar tem de estar bem acordado..."
À exclusiva atenção de RB: os Sportinguistas querem ser...
Tricampeões!!!...
Leoninamente,
Até à próxima

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