'Operação saco azul': uma questão de integridade
«1. Está anunciado para breve, o julgamento da Operação Saco Azul, que envolve três administradores da SAD do Benfica, a própria sociedade e José Bernardes, representante de uma sociedade de prestação de serviços informáticos, denominada (premonitoriamente) Questão Flexível.
2. Segundo a acusação do MP, a Questão Flexível emitiu à Benfica SAD, entre Dezembro de 2026 e Dezembro de 2017, faturas de serviços que não prestou, na ordem dos 2,2 milhões de euros.
3. Os cheques de pagamento dessas faturas foram sempre levantados a dinheiro e não haverá no processo prova do destino do mesmo.
4. Tenho dito que a Operação Saco Azul é muito mais do que um delito de fraude fiscal e branqueamento de capitais; é um teste à seriedade e transparência.
5. Apontam os indícios, que esse estratagema visava canalizar dinheiro líquido para o Benfica, que o MP estima em 1,4 milhões de euros.
6. Não sei qual vai ser o veredito final do processo, até pode acontecer que, com a mentira que grassa nos tribunais em Portugal, o MP não consiga provar o envolvimento dos arguidos neste esquema fraudulento.
7. Para mim a questão não é apenas judicial; existe a suspeita fundada que o Benfica embarcou num arranjo para receber avultadas quantias de dinheiro em notas e, a partir daí, à falta de explicações, todas as suspeitas são legítimas.
8. O Benfica é a instituição que, depois do Apito Dourado, se viu envolvida em maior número de trapalhadas judiciais, muitas delas infelizmente ainda pendentes.
9. O Benfica deveria ter já, sobretudo a partir da eleição de Rui Costa, esclarecido o assunto, definindo a sua posição, sem se esconder atrás de um eventual in dúbio.
10. É que, com aquele empresário que andava a oferecer, por estas alturas, dinheiro a rodos a jogadores para perder com o Benfica, há juízos de conexão que o silêncio, de algum modo, até estimula.
11. Nunca percebi o acanhamento de Rui Costa, que tenho na conta de uma pessoa séria, em se distanciar, desde a primeira hora, das tropelias do seu antecessor. É que por muito bons advogados que tenha – e tem – ou até, de absolvições que consiga, há dimensões éticas que impõem que não paire nunca sobre certos assuntos, uma gota de dúvida.
12. Se o meu clube estivesse envolvido numa trapalhada de dinheiro vivo, o mínimo que exigiria é que viesse a público varrer a testada e esclarecer o assunto e tenho a certeza que assim aconteceria.
13. Aparentemente os padrões não são os mesmos, e assim persiste aquela inquietação de pensar, para que diabo o Benfica quereria tanto cash.
14. O Benfica, como grande instituição que é, deveria não ter medo de limpar, se necessário com lixívia, este sarro que, aparentemente, teima em deixar colar-se à sua pele; mais do que uma questão de higiene, é uma questão de integridade.»
Qual "acanhamento", qual pôrra?!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário