E Jesus no lugar de Martínez?
«No Brasil assiste-se à demolição de um treinador banal, Dorival Júnior, a quem só por preconceito na escolha obrigatória de um brasileiro para comandar o escrete canarinho lhe foi atribuído o lugar. Verdade se diga que, excluindo um ou outro astro, aquela selecção se tornou vulgar e sem magia. Os tempos míticos do futebol adocicado e de classe de 1982 sob a batuta de Telé Santana, com Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Leandro, Eder, são para guardarmos nas nossas memórias mas já lá vai.
Na discussão pela sucessão estão Carlo Ancelotti e três portugueses. Mourinho, Abel Ferreira e Jorge Jesus. Quanto ao primeiro não acredito que seja opção final, pois naquele país se presta mais tributo ao melhor treinador da história do Palmeiras (Abel Ferreira) e ainda perdura na memória dos brasileiros a qualidade de jogo do Flamengo nos tempos de Jorge Jesus. Sim, por ali também se quer ganhar, mas exige-se nota artística e o amadorense seria um seguro de vida fortíssimo para este desígnio.
É por isso que nos devemos antecipar. Está provado que Roberto Martinez só tem mãos para um utilitário, não tem talento para conduzir um Ferrari. Ora, a nossa selecção é um bólide de luxo. Até pode vir a ganhar a Liga das Nações, porém, não é cruel afirmar que deixa muito a desejar a sua qualidade de jogo face a tantos talentos de que dispomos. A constipação na Dinamarca só exibiu o óbvio. O espanhol não sabe gerir os craques lusos, tem opções muito discutíveis e neste momento só podemos exigir muito mais.
Temos um meio-campo excepcional com Vitinha, João Neves, Bruno Fernandes e Bernardo Silva. Opções de ataque como Cristiano Ronaldo, Rafael Leão (quando lhe apetece e apetece poucas vezes), João Félix, Diogo Jota, Gonçalo Ramos e o mal amado Trincão que esmagou a insensatez do treinador. Digam lá se não há motivos para entrarmos em campo com mentalidade ganhadora?
Qual é o treinador que não se sentiria feliz com esta abundância de qualidade? Pois. Mas Roberto Martinez, muito simpático, parece querer agrilhoar a nossa capacidade explosiva. É por isso que julgo que não devemos ter medo de mudar para melhor. Sei que Jorge Jesus deixou marcas negativas em muitos sportinguistas por causa do hediondo acto de Alcochete do qual não tem qualquer culpa. E outros tantos benfiquistas não gostaram da traição da Segunda Circular e da sua última saída. Mas que diabo, ponham isso de lado, olhem para a sua capacidade de trabalho e competência táctica e estratégica, e reflictam seriamente se ele não era o homem certo para entrar na Cidade do Futebol. Voltaria a nota artística e a ambição de esmagar todos os adversários. O Pedro Proença tem de certeza o seu número de telemóvel. Ele que venha para Portugal antes que o Brasil o vá buscar.»
Demora muito???!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário