quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Ainda bem que a Taça é no Jamor!!!...


Jamor em português suave

«1. Sempre gostei muito de ir ao Estádio Nacional. Não só pela sua imponência arquitetónica, mas também e sobretudo, por via do seu enquadramento na mata do Jamor.

2. O Estádio Nacional é sinónimo de jogos importantes do Sporting ou da selecção e de festa também; recordo as finais da Taça de Portugal em que o Sporting participou que incluem invariavelmente almoço in situ e amplo convívio, que espero reeditar este ano.

3. Dir-se-á que a obra de Jacobetty Rosa, é uma exaltação ao Estado Novo, o que me deixa absolutamente indiferente. Aquela porta da maratona e o aproveitamento dos desníveis naturais do terreno para instalar as bancadas, são um regalo estético em qualquer regime.

4. O Estádio Nacional envelheceu na sua infra-estrutura, degradou-se e banalizou-se a ponto de servir de palco para jogos do, felizmente desaparecido, fantasma desportivo, que dava pelo nome de B-SAD.

5. Hoje em dia, a obsolescência da sua construção, coloca sérios problemas de acesso, segurança e conforto. Ainda me lembro da penosa espera para entrar no último jogo contra o Porto.

6. Foi pois com agrado que registei o anúncio da modernização do Estádio Nacional, anunciada pela FPF no âmbito da celebração dos seus 110 anos, com base num inspirado projecto do Arq. Aires Mateus.

7. Registe-se que a Federação vai buscar a sua fundação a um tempo em que era apenas uma união de três associações. Historicamente penso que é correcto, porque pode considerar-se esse o momento do arranque associativo, conjugado com o que era a diminuta realidade do futebol da altura.

8. Tenho pena que a Federação se reconheça como tal desde 1914, mas não reconheça a plena extensão desportiva dos campeonatos que foram conquistados desde essa data, negando ao Sporting e outros clubes títulos a que têm direito perante a história.

9. Só que, em Portugal, nesta coisa de lançamentos e anúncios há sempre uma adversativa, e o Estádio Nacional não foge à regra. O projecto foi apresentado com a devida pompa e circunstância, mas não há prazo para início e termo, e, claro está não foi sequer lançado concurso.

10. Por outras palavras, lançam-se os foguetes, apanham-se as canas, anuncia-se a obra, mas esta faz-se quando for possível. Portugal no seu pior esplendor.

11. Quem está minimamente atento às movimentações do desporto português, percebe com facilidade porque é que estas coisas acontecem agora e quem tenta colher benefícios da publicidade e da progenitura.

12. Pensava que este tipo de expedientes só ocorria nos ciclos eleitorais da política e dos políticos que nós temos, mas aparentemente, a prática generalizou-se.

13. Para que não restem dúvidas, a paternidade última do estado próspero financeiro e competitivo, que o nosso futebol atingiu, tem um nome: Cristiano Ronaldo. Agradeçam-lhe.»

Ainda bem que a Taça é no Jamor!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

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