quinta-feira, 19 de março de 2020

"Juntos, com civismo, vamos vencer"!...


Obrigado futebol

«Portugal nunca viveu verdadeiramente uma guerra como aconteceu com outros países europeus. A nossa revolução de Abril fez-se sem um tiro, apenas com cravos. Logo, a nossa comunidade não estava preparada para este ataque malévolo de inimigo sem rosto. É uma batalha que mexe com as nossas vidas, com a nossa família, com o nosso trabalho, com os hábitos mais simples como ir ao café e comprar um jornal. Tudo irá mudar na nossa maneira de encarar o mundo.

Mas tenho de dizer, que para lá da conversa sobre a quem poderá ser atribuído o título deste ano (e julgo que se a competição não for concluída não deve ser atribuído a ninguém), o nosso futebol se portou muito bem na luta contra esta crise sanitária. Quando já se registavam notícias graves sobre esta pandemia, o desporto-rei tornou-se uma cadeia de consciencialização para toda a sociedade com os capitães a imporem a paragem das competições com o responsável beneplácito da Liga e FPF. Um choque necessário para milhões de adeptos que pela primeira vez não puderam acompanhar as suas equipas e observar a magia dos craques que mobilizam paixões. Porém, agora, à distância de uma semana, podemos ajuizar como se tornou marcante e importante esta interrupção dos campeonatos para a salvaguarda da saúde pública. Só temos de dizer: obrigado.

Tal como não se pode esquecer, ao contrário de outros momentos onde os responsáveis máximos dos nossos emblemas mais parecem pistoleiros especialistas na própria sobrevivência, pondo de lado a utilidade pública das instituições que comandam, que todos remaram para o mesmo lado. Neste momento não há Benfica, Sporting ou Porto, há apenas Portugal, uma bandeira bonita e gigante com mais de 900 anos que nos une a todos. E a Vieira, Varandas e Pinto da Costa, por terem disponibilizado instalações e meios para enfrentar o COVID-19, só temos de dizer: obrigado.

E Pedro Proença podia ter poupado a sua bravata contra António Costa. O primeiro-ministro disse o óbvio sem desrespeitar ninguém: o futebol não é prioridade. O presidente da Liga em vez de desenrolar os 136 milhões que paga de impostos, os 0,3 por cento do PIB e os 2500 empregos directos, devia era, em sede própria, usar estes números para exigir que haja um competente ministro do Desporto e não uma anedota ambulante como secretário de Estado do mesmo. Aí se daria verdadeira relevância a esta indústria.

Mas deixemos estas questões de lana-caprina e voltemos ao essencial. O futebol tocou no botão de pânico (mas sem alarmismos) na altura correcta e ajudou-nos a ficar em casa. Agora temos de torcer pelo melhor guarda-redes do mundo que se chama Serviço Nacional de Saúde, os melhores centrais que são os médicos, os melhores médios que são os enfermeiros e os melhores avançados, os únicos com capacidade de resolver este jogo de uma vida, que são os portugueses. Juntos, com civismo, vamos vencer.»
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record, hoje às 14:33)

Uma excelente contribuição de Rui Calafate para o momento difícil que, como portugueses e amantes do desporto-rei, todos estaremos a viver e que aqui do meu canto felicito vivamente...

"Juntos, com civismo, vamos vencer"!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. Muito bem Presidente Varandas, mais uma vez atendeu à chamada da Pátia.
    SL

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