O primeiro grande erro
«Acredito que Frederico Varandas tenha cometido o seu primeiro grande erro e que, a partir de agora, não mais poderá apregoar a sua diferença para os demais dirigentes desportivos em termos de transparência como o tinha vindo a fazer até à semana passada, ao permitir (ou mesmo incentivar) um aumento salarial substancial de até 32% enquanto presidente da SAD em questão.
Atenção, não está em questão a remuneração bruta dos 240.000€ agora propostos para Varandas ou as demais remunerações para os membros dos órgãos sociais da SAD.
Tenho a clara noção do volume de trabalho, dispêndio de energia, consumo de tempo e desgaste do bem-estar familiar que estes cargos comportam, assim como também não tenho dúvida alguma sobre o trabalho de recuperação que paulatinamente esta Direcção tem vindo a fazer, ainda que, mesmo que alguns sportinguistas não gostem de admitir, uma boa parte da reestruturação financeira que agora Varandas e Zenha apregoam, tenha sido iniciado no tempo de Godinho Lopes através da mentoria de José Maria Ricciardi, devidamente consolidada no consulado de Bruno de Carvalho e Carlos Vieira.
Contudo é do ponto de vista de transparência, conflitos de interesse e de forma de estar na vida que isto me choca. Não o aumento, mas a forma de lá chegar.
Desde que Varandas foi eleito e ainda que aqui e acolá pudesse ter criticado uma ou outra sua opção, sempre o visualizei como um potencial novo baluarte de uma possível nova forma de estar no dirigismo desportivo.
Com isto, desilude-me e não é pelo seu quase que garantido 4º lugar na Liga Bwin pela segunda vez durante os menos de 5 anos da sua presidência.
Não fui eu que escrevi, mas tenho pena, pois o texto do economista António Duarte publicado esta semana pelo Jornal Económico, sob o título "O cisne negro", reflecte muito do meu estado de espírito sobre o tema, o qual a dado trecho adianta: "Quando a maioria dos accionistas que decide é administrada pelos mesmos administradores que serão aumentados e decidem através da sociedade-mãe se são ou não aumentados, sem ouvir em sede própria os ‘accionistas’ da sociedade mãe, estamos na presença de um agency problem."
Se a isto associarmos um estudo encomendado para justificar tecnicamente o aumento em que é utilizado o conceito de "mediana" sem nos referir a "média" ficamos com a sensação de não nos ter sido contado tudo (bem sei que a "vantagem da mediana em relação à média é que a mediana pode dar uma ideia melhor de um valor típico porque não é tão distorcida por valores extremamente altos ou baixos", mas ainda assim soa a manipulação de informação), agravado pelo momento particularmente sensível quanto ao momento desportivo que SCP vive.
Se Varandas quer mesmo ser diferente tem de convocar uma assembleia geral extraordinária do clube para deixar que os sócios autorizem o seu aumento. Bem sei que os estatutos não o obrigam, mas assim manda o bom senso e transparência tão auto-aclamada.»
"Quem não quer ser lobo"...
Leoninamente,
Até à próxima
Ele quer a massa no bolso. Não quer perder oportunidades para tal. Isso do lobo não quer nem deixa de querer.
ResponderEliminarPelo andar da carruagem, fica-se com essa impressão! Mas talvez fosse de ponderar a AG que, a meu ver, poderia afastar o melindre da situação!...
EliminarAG? o varandas não lhe fez já perceber o q pensa de AGs ? Ao varandas não se sacam AGs nem com um gancho.
Eliminarmelindre? o melindre estaria, justamente, na AG ...
Estou à procura do outro comentário e não o encontro! "Raistaparta" a tecnologia!...
ResponderEliminarE quanto ao doutor, será o tal de juramento de Hipócrates que o impele?
Devia ser aprovado em AG do clube. após uma época fracassada escolheu pessimamente o timing para terem aumentos na remuneração .Como referiu e bem Dias Ferreira andamos a ser uns pelintras . Se levar esta medida adiante deixa de ser o meu presidente .
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