«Tem o ar de um actor de Hollywood em clássico filme de guerra, uma fita tipo o rapto do soldado Quaresma. Sempre com o coração na ponta dos pés, sempre com o sangue em ebulição na cabeça. Eduardo Quaresma conseguiu, no passado domingo, um lugar na memória colectiva sportinguista. Se o Sporting chega a par do Benfica ao jogo do ano, a este ainda jovem jogador o deve.
Quaresma teve um momento mágico, quando já não havia tempo para mais esperança de vitória. Depois, irrompeu com aquela expressão de soldado perdido no meio de uma batalha sem dó. Ou de uma criança a viver um sonho.
De Quaresma já aqui se escreveu que um técnico inspirado, num início de época, devia testá-lo a médio. Será no meio-campo que Quaresma poderá chegar a jogador de topo internacional. Como central, faltar-lhe-á sempre a frieza posicional, a certeza no passe, para ombrear com os melhores da posição. A médio, esses detalhes imperfeitos ficam muito mais ténues. E a forma como ganha bolas divididas – como galga terreno com o esférico, como entra na área em desmarcação, como remata, com os pés e com a cabeça –, a velocidade com que reage à perda poderiam fazer dele um jogador sem preço. Mas Quaresma está onde está e, mesmo assim, dá alegrias aos sportinguistas. Porém, é um desperdício!
O Benfica está mais sólido do que o seu rival directo. Tem várias pedras mais maduras para estes jogos decisivos. O favoritismo cai um pouco para o lado da águia, mas tudo vai depender da forma como as equipas entram no duelo. O discurso de Bruno Lage é pífio e autocentrado. O de Rui Borges, manhoso e contido. Passa também pelo discurso dos líderes a vitória no jogo que começa antes do jogo. Quando Bruno Lage diz que não será melhor ou pior treinador por causa dos próximos jogos (que na altura eram quatro, pois estas declarações foram antes do jogo com o Estoril) mete um golo na própria baliza. É claro que, se for campeão, será muito melhor técnico do que se deixar escapar o título. Isso não é óbvio?
Da arbitragem para o grande jogo de sábado espera-se neutralidade, sobriedade, frieza e segurança. Que não caia nas fitas de alguns especialistas em ilusionismo, que alinharão de um lado e de outro. É também exigível que a escolha do árbitro de campo, dos seus auxiliares e do VAR, tenha em conta laços de confiança mútua. A bem do futebol, deste espectáculo maravilhoso, desta indústria milionária, o jogo não pode ser manchado por erros graves de julgamento. E, se estes acontecerem, que sejam revertidos, sem drama, com recurso a imagens, disponibilizadas de todos os ângulos possíveis.»
Neutralidade, sobriedade, frieza e segurança!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário