«1.Em finais de 2009, a Sagres, que então patrocinava as costas da camisola da equipa principal de futebol do Sporting, informou que, por vicissitudes de diversa ordem, que não precisou, não podia mantero mesmo nível financeiro de apoio, para o ano seguinte.Como se sabe, naquela altura o Sporting vivia em permanente aperto e esta retirada de última hora, por parte de um parceiro antigo, não vinha nada a calhar.
Nos contactos que se seguiram, a Central de Cervejas mostrou-se irredutível no seu propósito.
Para grande espanto de todos, no último dia desse ano, a Sagres anuncia ter celebrado com o Benfica – cuja camisola também patrocinava – um contrato de dez (!) anos de duração.
Quando o Sporting foi pedir um contrato igual, informaram que já não havia verba. Ainda hoje estou para saber o que esteve por detrás de tão ingrata decisão, que levou a Sagres a dar ao Benfica o que negou ao Sporting.
As consequências, essas saltaram logo à vista. Julgo que o Benfica monetarizou o contrato, investiu na compra de jogadores caros como Ramires, Saviola, Javi Garcia, Oblak e Airton e ganhou o campeonato.
Sublinhe-se que nos quatro anos anteriores, o Benfica tinha ficado sempre atrás do Sporting, mas a política comercial da Sagres empurrou decisivamente o Benfica para o título, deixando o Sporting ‘a seco’, no próprio e no figurado.
O Sporting encaixou mal esta discriminação com forte impacto concorrencial, mudou-se para a Super Bock, seguiu o seu caminho e sobretudo não se pôs a choramingar na praça pública.
Pessoalmente, nunca mais bebi uma Sagres.
2. Existe uma fundação chamada PortoGaia, cuja atividade consiste em alugar por 500 euros por mês, ao FC Porto, o complexo desportivo do Olival, onde o clube treina. O Governo de Passos Coelho ainda tentou acabar com este tipo de ficções, mas à boa maneira portuguesa ficou tudo em águas de bacalhau. O FC Porto paga uma ninharia por um ativo que em condições de mercado custaria um valor infinitamente superior, para mais construído com dinheiros públicos. Não consta que, até hoje, o FC Porto se tenha queixado.
3. Não falo das máquinas da Câmara que ajudaram a construir o Estádio do Dragão, no tempo de Nuno Cardoso, ou das boleias da Câmara do Seixal, na viabilização do centro de estágios do Benfica. Sem esquecer dos nebulosos negócios com a Euroárea, que culminaram na doação de 15 hectares no Seixal.
4. Para que conste, o Sporting comprou e pagou com língua de palmo, sem ajudas de terceiros, o seu centro de estágios em Alcochete e não se andou a carpir.
5. Servem estas considerações para realçar a hipocrisia subjacente ao coro de protestos que Benfica e FC Porto em singular harmonia melódica entoaram, por causa do negócio que o Sporting fez com as VMOC, invocando favorecimento.
Já ficou claro que, em devido tempo, que nenhum deles, podendo fazê-lo, quis utilizar esta forma de titularização da dívida, que, naturalmente exigia uma transparência de gestão reforçada. Se nenhum deles optou pelos VMOC, qual a razão dos seus protestos? Quereriam, em contrapartida, uma benesse de baixa de spread? Da parte de dois bancos privados?
6. Há uma cultura enraizada nas últimas décadas em Portugal, que o sumário do nosso futebol é FC Porto e Benfica. Custa a crer que haja gente que ainda não percebeu que as coisas estão a mudar...»
Nunca mais bebi uma Sagres!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Nem eu. E quando vou ao sul - onde só há sagres,- recuso beber cerveja. Tanto mais, que a Super Bock é de longe melhor.
ResponderEliminarMe too
ResponderEliminarSó bebo Super Bock!
E se poucas Sagres bebia antes, desde há muito que as deixei de lado !!!
ResponderEliminarAs Sagres, porque Super Bock passou a ser a minha cerveja !
Vamos deixar de tretas! Em termos de adeptos, o Benfica está bem à frente do Sporting e Porto juntos. Não haja dúvidas sobre isso. O Sporting está de volta e recomenda-se. Mas para que continue a crescer deve desligar-se de certas mentalidades. Por exemplo, é fácil perceber por que razão a Sagres optou pelo Benfica no passado. Tinha mais vantagens económicas. Ponto. Se o Sporting continuar a crescer como tem acontecido, vai atrair mais investimentos e ser mais respeitado. Mas essa mudança deve ser acompanhada pela autocrítica.
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