quarta-feira, 2 de abril de 2025

Se calhar, poucos!!!...


O caldo entornado

«1 – Não é comum o Presidente da República e o Primeiro-Ministro assistirem à posse do presidente do Comité Olímpico.

2 – O mesmo se diga do Director Nacional da PJ e o frete que fez, em directo e a cores, ao recém-empossado.

3 – Fernando Gomes ganhou o despique PSD/PS, em que se tinham transformado as eleições para o COP, e com isso a gratidão do poder político, que as viu como uma espécie de primárias para as legislativas que se avizinham.

4 – Esta bajulação tão típica do estilo português suave, alcandorando Fernando Gomes a patamares nunca dantes por ele navegados, teve no visado efeitos claramente nefastos.

5 – Fernando Gomes é um vieux routier do desporto português; dirigente do Porto, presidente da efémera Liga de Basquetebol, presidente da Liga de Clubes, presidente da Federação, presidente do Comité Olímpico, influente nas instâncias internacionais.

6 – Conseguiu mesmo a proeza de convencer Portugal a participar num Mundial em modo de subalternidade e cuja utilidade para o país ainda não consegui perceber, mesmo com uma reabilitação, pelo meio, do Estádio de Alvalade.

7 – Já tinha ficado claro, aquando do episódio do seleccionador de Portugal, que Fernando Gomes não é pessoa que goste de ser contestada e, muito menos, de dar explicações. Simplesmente, daí a ter feito o que fez, vai uma considerável distância.

8 – Poder-se-á criticar o modus operandi da novel direcção da FPF, mas o certo é que ela não pode ser culpada das buscas, das suspeitas, do extravio de dossiês e muito menos de mandar fazer auditorias que deveriam ser procedimentos standard em instituições de utilidade pública, sempre que se completa um ciclo, assim mandam a transparência e as boas práticas de compliance.

9 – Esta longa permanência das pessoas em cargos directivos cria hábitos proprietários, o que leva a confundir as instituições com os seus titulares. Foi isso, precisamente, o que aconteceu.

10 – Picado no seu orgulho, escorado na sua importância política, Fernando Gomes, que nunca morreu de amores pelo estilo Pedro Proença, passa à escala nuclear e larga a bomba atómica de tirar publicamente o tapete a uma candidatura portuguesa ao importante Comité Executivo da UEFA.

11 – Imagino a cara dos dirigentes do futebol quando realizam que entregaram a organização de um Mundial a um espanhol que não se sabe comportar e a dois portugueses que exibem os seus rancores e lavam a sua roupa suja em público.

12 – É óbvio que Fernando Gomes colocou o seu ego muito à frente dos interesses do país, por muito que se sentisse injustiçado e isso não tem perdão.

13 – Não sei se Proença vai ser eleito esta quinta-feira. Mas sei que, perante o sucedido, só resta a Fernando Gomes uma saída honrosa, pedir a demissão.»

E quantos dos implicados nesta "estória escabrosa" saberão o que é honra?!...

Se calhar, poucos!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

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