«Têm-se procurado diversas explicações – notando-se mesmo algum desespero nessa busca – para o título conseguido pelo Sporting. Talvez a mais utilizada seja a da campanha serena dos leões no plano nacional, uma vez que cedo se viram afastados da competição europeia, enquanto os principais rivais se "matavam" com jogos ao meio da semana. Sim, isso é um facto.
Outro raciocínio, igualmente muito desenvolvido, é o da falta de público nos estádios. Se Alvalade pudesse ter tido as bancadas cheias, nomeadamente após a derrota frente ao Lask Linz, seria difícil que a equipa dispusesse do ambiente "limpo" indispensável ao trabalho de recuperação anímica e desportiva que teve de desenvolver. Porque a ânsia de assobiar Frederico Varandas e a sua direcção, e de os culpar pelo afastamento da Liga Europa – e por tudo o resto – teria atingido também o treinador e os jogadores, e prejudicado de forma grave, ou mesmo inviabilizado, a missão a que, com tanto sucesso, meteram ombros. Sim, isso é um facto.
Um terceiro argumento que vemos defendido é o da quebra de rendimento de FC Porto e Benfica, cujos plantéis, teoricamente superiores em qualidade ao do Sporting, deveriam ter conduzido dragões e águias a resultados gloriosos. Não, isso já não é um facto, é apenas um "se" e os "ses" não alteram a realidade. O que nos leva a encontrar, não as desculpas para o demérito dos rivais, mas armas que serviram aos leões para serem campeões. E a principal chama-se Rúben Amorim, que com métodos pragmáticos, uma comunicação inteligente e alguma sorte – ai de quem a ela não sorria! – pegou nos meios que lhe deram e construiu uma equipa. Sim, uma equipa, aquela que reagiu por cima ao complicado início da época, aquela que não tremeu quando três empates anunciavam o dilúvio, aquela que no sábado, na Luz, já com o grande objectivo cumprido, evitou a goleada e uma meia humilhação. Se há justificação indiscutível para o êxito do Sporting, ela está, antes de tudo o que se possa inventar, no corpo técnico e na estrutura do futebol – e na guarda avançada que são os jogadores.
Acontece ainda que todos os feitos, no futebol e na vida, resultam daquilo que um lugar comum designa por tempo e circunstâncias. Foram eles que conduziram Frederico Varandas à liderança do Sporting, mas depois, por muito que alguns adeptos não o queiram aceitar, foi o presidente que teve o golpe de asa de pagar uma fortuna por Rúben Amorim, acreditando que encontrara o homem. E estava certo. Como acertaria depois na estratégia de falar menos ou a despropósito, sabendo que bem pior que um fraco protagonismo é o protagonismo da conflitualidade estúpida e da asneira permanente.
Com este título, somado aos europeus de futsal e hóquei em patins, Frederico Varandas meteu os brunistas na gaveta e por muitos anos. No que não acredito é no fim do brunismo. Por um lado porque os estados de graça não são eternos e finda a bonança haverá tempestade. E por outro porque há personalidades que, nunca desistindo, não tombam, não são extermináveis. Tomem nota, que posso já cá não estar para ver...»
"Penso eu de que", que todo e qualquer sportinguista que ousar pensar o contrário ou mesmo menorizar a possibilidade de ser tão certo como estarmos todos aqui, o remate deste pequeno excerto que respiguei da excelente crónica de Alexandre Pais, poderá muito bem cometer...
O maior e irreparável dos erros!...
Leoninamente,
Até à próxima
Bom dia caríssimo amigo ...
ResponderEliminarHoje permita-me saudar todos os sportinguistas que "também fazem sua esta casa"...
Com os sons do meu sobrinho Luís Pedro, que para além de sportinguista...é ainda um exímio construtor de instrumentos de corda, para além de um bom músico...
Sporting Sempre...
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