sexta-feira, 27 de maio de 2016

Tantas vezes vai o cântaro à fonte, que um dia deixa lá a asa!...


Tenho à minha frente uma imagem digitalizada de uma reportagem ontem publicada no Jornal Sporting e quase não acredito naquilo que lá vem escrito, supostamente dito ao engajado redactor de serviço pelo auto-intitulado "Comandante" Vicente Manuel de Moura Coutinho de Almeida d'Eça, que desde que passou à reserva em 1977 nunca mais comandou coisa nenhuma e ao que sei será hoje apenas e tão só,  depois de passar à reforma em 1988, um dos muitos - em  número obscenamente exagerado para uma armada minúscula e decrépita de um país minúsculo e quase indigente! - vice-almirante reformado da Armada Portuguesa. E quase não acredito por um sem número de razões de que, ao correr das teclas, tentarei destacar as mais importantes:

1 - Não acredito que um único sportinguista corrobore a afirmação do "comandante" de que Godinho Lopes tenha celebrado o protocolo com a ABSCP, comprometendo-se a apoiá-la institucional e financeiramente, apenas no pressuposto de um dia poder vir a ser "convencido" da bondade e das virtudes da associação e da modalidade em causa, mas alimentando subrepticiamente a esperança e o desejo de que a missão viesse a fracassar. Com todos os defeitos que naturalmente terá, com todos os erros que terá cometido no curto espaço de tempo em que liderou o Sporting, ninguém acreditará nas "setas envenenadas" que o "comandante" lhe terá pretendido dirigir. O compromisso de Godinho Lopes só poderá ter sido assumido, porque, como sportinguista, acreditou nas pessoas que se propunham "levantar" de novo a modalidade e também acreditou na força e no impacto desta no universo leonino.

2 - Não acredito que um único sportinguista não se sinta confundido perante a primária dicotomia do "comandante", ao reconhecer que "a associação fez um excelente trabalho ao nível da formação", para logo a seguir contrapôr, do alto da sua cátedra - na marinha chamam-lhe "ponte de comando", naturalmente! -, que "não resistiu em criar uma equipa de séniores femininos que foi subindo de divisão até chegar ao principal escalão"! O "comandante" acaba, estúpida e falaciosamente, por negar a essência do desporto e o sagrado lema do olimpismo, por onde parece apenas ter passado, qual "vegetal", sem nada ter aprendido: "Citius, Altius, Fortius"!...

3 - Não acredito que um único sportinguista se deixe enlear na "patranha" do "comandante" de que a extinção da ABSCP e a "humilhante" desistência e retirada da Liga Profissional Feminina, se tenha ficado a dever ao (des)honroso 9º lugar e manutenção alcançados, a troco da "poupança" de umas "míseras dezenas de milhares de euros". 

4 - Não acredito que um único sportinguista não reconhecesse "de facto e de jure" a modalidade do basquetebol como modalidade oficial do Sporting e que afine pelo "ronco estridente" do apito da nau do "comandante", de que a melhor solução é o abandono espúrio e criminoso pelo Sporting, do escalão máximo do basquetebol feminino, em troca de uma "pescadinha de rabo na boca, que antes de o ser já o era", começando tudo do zero.

5 - E não acreditando em tudo isto, como acreditar no novo projecto, para mais conduzido por quem, embora tenha tido no passado o peso que o "comandante" à força quer impingir aos sportinguistas, não passará hoje, reconhecidamente, de um "homem ignorante que perdeu definitivamente o combóio do basquetebol", jogo no qual revela, para além de outros pormenores quase hilariantes, extrema dificuldade em avaliar os tipos de lançamentos que valem 1, 2 ou 3 pontos, o porquê de não existirem hoje empates no final de cada contenda, ou os tempos de posse de bola, colectivo e individual, no meio campo defensivo, ofensivo, no garrafão e nos lançamentos laterais e sem fazer a mínima ideia sobre os cinco tipos de faltas hoje sancionadas no basquetebol. É um homem destes que o "comandante" quer colocar à frente do basquetebol do Sporting?!...

Porque será que o "comandante" não conta aos sportinguistas, a todos os sportinguistas, APENAS A VERDADE, SÓ A VERDADE E NADA MAIS QUE A VERDADE?! Aquela verdade que o círculo, infelizmente ainda não muito alargado, dos amantes do basquetebol do Sporting, conhece há longo tempo, há demasiado tempo, para uma instituição com a grandeza do Sporting Clube de Portugal e que, heroicamente, e contrariando e remando contra a "corrente verborreica do regime" têm suportado em silêncio abnegado e altruísta, reduzindo quantas vezes a mínimos quase insuportáveis e apenas por amor ao Sporting, a sua própria dignidade!...

Mas cuidado "comandante"! Tantas vezes vai o cântaro à fonte, que um dia deixa lá a asa!...

Leoninamente,
Até à próxima

4 comentários:

  1. Boa noite.
    Considero que o seu comentário poderia ser mais contido no que se refere à Marinha, pois quem nela serve não gosta de a ver ser chamada "minúscula e decrépita" nem ao nosso país "indigente"!
    Em Portugal, tal como um licenciado até ao final da sua vida utilizará o seu título académico, um militar não perderá o seu posto, logo, não existe nenhuma usurpação do posto por parte do Comandante Vicente Moura (Oficial Superior na Marinha é sempre chamado Comandante). Bem como, garantidamente não é Vice-almirante, pois nesse caso seria chamado Almirante Vicente Moura, sendo o seu posto Capitao-de-mar-e-guerra.
    Quanto ao texto de opinião, como sócio, gostaria que fosse melhor explicado este assunto pois considero uma pena deixarmos de competir numa modalidade. Já doeu o suficiente quando desistimos do voleyball e do basket da primeira vez. De qualquer forma, para mim, dezenas de milhares de euros nunca serão precedidas por "míseras".
    Antes de finalizar, agradeço o seu comentário diário neste blogue, pois, apesar de não concordar com tudo o que escreve, é sempre um bom momento ler a sua opinião.
    Saudações Leoninas
    Henrique Alves

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    1. Não contesto a argumentação do caro Henrique Alves de que "em Portugal,tal como um licenciado até ao final da sua vida utilizará o seu título académico, um militar não perderá o seu posto...". Em Portugal reina e reinará por muitos anos ainda, o inclassificável terceiromundismo que todos conhecemos e que os países culturalmente mais desenvolvidos abandonaram e enterraram há séculos. Quanto ao posto falsamente atribuído ao senhor Vicente de Moura, pode a minha informação de que terá passado à reserva como vice-almirante, estar errada e o seu posto ser, eventualmente, o de capitão-de-mar-e-guerra, mas há uma coisa que lhe poderá garantir com toda a segurança quem também passou pela Armada: não existe na hierarquia nenhum posto de "comandante". Existe a "função de comandante" que poderá ser desempenhada por miliatres das mais variadas patentes. Terminada a função, cessa a designação de "comandante". Dizia um velho "capitão-de-mar-e-guerra" meu saudoso professor, que "comandante seria um cabo com duas praças" ou mesmo um líder de uma qualquer associação de Bombeiros Voluntários! Mas aceito que o caro Henrique Alves ainda não se tenha libertado desta concepção "pequenina" que reina neste Portugalzinho, volto a repeti-lo com pleno cabimento e justificação nos tempos que correm, decrépito e indigente: com "comandantes e doutores" sempre disfarçamos a nossa pequenez, ainda que apenas para consumo interno. Os grandes líderes mundiais, seja nos Estados Unidos, na Alemanha, Inglaterra, Rússia, China, países nórdicos, nunca são tratados pelos seus concidadãos por "comandantes, generais ou doutores"! Têm o nome com que os pais os registaram e são considerados segundo o mérito alcançado durante as suas vidas, nunca com rótulos "postiços" mais ou menos adequados...

      Finalmente, o que pensar da classificação de "míseras" que atribuí às dotações de 7 ou 8 milhares de euros aplicadas no basquetebol, quando comparadas com os milhões aplicadas no andebol e futsal? Prezo-me de dominar relativamente bem a língua de Camões e Pessoa, para saber adequar as palvras a cada contexto. Mas se prefirir que lhes chame ridículas, claro que estarei também de acordo...

      Saudações Leoninas

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  2. Só uma ressalva, no primeiro ponto.

    Godinho, sportinguista?!
    Boa piada caro Alamo

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    1. Na sua ressalva, caro Lourenço, poderei concluir e conceder algumas reservas quanto ao seu carácter e idoneidade. Mas não me julgo capaz de julgar os afectos de cada um que se afirma sportinguista. Apenas me servi desse pensamento para o catalogar como sportinguista, sem a mais leve ponta de ironia...

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