«1. Para o Sporting, esta tem sido uma época verdadeiramente atípica, em todos os sentidos.
2. Atípica em sentido positivo, porque pela primeira vez, desde há décadas, o Sporting entra no último terço do campeonato a discutir a liderança, no quadro de um ansiado bis.
3. Ficam para trás os traumáticos síndromas do Natal, as derrotas com os rivais em casa, a frustração de ser deixado para trás, as contas ansiosas do apuramento europeu e tutti quanti.
4. Atípica num sentido negativo, porque todas as adversidades que podiam acontecer, aconteceram mesmo, num encadeamento verdadeiramente demolidor.
5. Saída intempestiva do treinador do projecto, sucessor infeliz, terceiro treinador com outras ideias de jogo, praga alargada de lesões, arbitragens prejudiciais, jogos com equipas remendadas, jogadores com sobrecarga quase desumana de jogos, tudo isto se conjugou e encavalitou no tempo, tendo como resultado que a estabilidade e capacidade competitiva da equipa ficasse afectada.
6. Isto para não falar no João Simões, Alexandre Brito e Eduardo Felicíssimo, jovens adolescentes lançados às feras, com notáveis desempenhos.
7. Não obstante tantos escolhos, numa notável demonstração de pragmatismo, humildade e resiliência, o Sporting está em primeiro lugar; nem sempre a jogar bem, com sobressaltos e intermitências, com assimetrias gritantes no valor individual dos jogadores, mas estamos na luta.
8. Tenho para mim que o pior da tormenta já passou e que o paulatino regresso dos jogadores nucleares vai permitir melhores exibições e poupar o desgastado coração de muitos sportinguistas.
9. O Benfica, na janela de Inverno, fez uma OPA sobre o título, gastou o que podia e sobretudo o que não podia, construindo, de longe, a equipa mais cara de Portugal.
10. Já se viu no passado que este tipo de excessos não dá bons resultados e caberá a Noronha Lopes ou ao Mauro Xavier a ingrata tarefa de colar os cacos.
11. O Sporting tem sobretudo de estar unido até final do campeonato, acreditar no seu valor e ser competente nos momentos mais difíceis do calendário, sobretudo na ida à Luz.
12. Da mesma forma, espera-se que haja competência por parte dos restantes intervenientes e que não apareça mais nenhum João Pinheiro ou Cláudio Pereira a influenciar o resultado.
13. Uma última nota: nos momentos de aperto, o Sporting sabe ser heróico e sublime, mas também tem os seus momentos autofágicos. Espero que, desta vez, episódios de tochas, assobios, agendas sejam postos de lado e que a grande coesão verde prevaleça.
14. Como diria Kipling, se tudo isto acontecer, vai ser rija a festa no Marquês.»
Faltam nove finais! Apenas!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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