tag:blogger.com,1999:blog-7978826308332596468.post2593521535915057757..comments2024-03-20T11:57:02.430+00:00Comments on Leoninamente!!!...: Será utópico julgar Bruno de Carvalho incapaz de mudar?!...Álamohttp://www.blogger.com/profile/00251064713237001378noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-7978826308332596468.post-56921106444374314842016-12-28T23:54:48.812+00:002016-12-28T23:54:48.812+00:00Com uma gratidão quase igual ao amor que toda a mi...Com uma gratidão quase igual ao amor que toda a minha vida dediquei ao "meu Sporting" e com os olhos rasos de água por uma emoção que muito dificilmente terei vivido desde que há quase 6 anos arranquei com este meu blog, permita-me caríssimo Aníbal Caeiro, que lhe envie num forte e leonino abraço, a minha sincera homenagem. Bem haja!...Álamohttps://www.blogger.com/profile/00251064713237001378noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7978826308332596468.post-54933987699977508432016-12-28T23:08:12.249+00:002016-12-28T23:08:12.249+00:00De: ANÍBAL CAEIRO
Exmo. Snr.,
Com os meus melhor...De: ANÍBAL CAEIRO<br /><br />Exmo. Snr.,<br /><br />Com os meus melhores cumprimentos, permita-me que lhe conte esta estória.<br /><br />{Início dos anos 70, Parque Nacional de Kafue, Zâmbia (antiga Rodésia do Norte). Eu e o meu grande amigo desses tempos, “Quico”, jovens adultos, aguardávamos pela chegada de um renomado caçador, médico-cirurgião em Angola que vinha em busca do último dos Big Five que lhe faltava na sua colecção e no seu enorme e formidável salão de caça. Iniciáticos, lá acompanhámos o exímio caçador na senda desse grandioso ungulado, uma espécie que ao tempo abundava em grandes manadas por todo o território. A história seria mais uma, idêntica a muitas narrativas sobre o fascínio que a África quente e selvagem exerce sobre o europeu, não fosse o imprevisto e extraordinário episódio que ocorreu nessa fantástica aventura.<br />“Quico” e o médico indo à frente, caminhavam atentos pela picada quando ao abrir da curva se depararam a vinte metros com um imponente leão de grande juba côr de fogo, postado e anichado, exactamente no meio do caminho. Estacámos, electrizados por tamanha magnificência. O leão ergueu a sua enorme cabeça e imperturbável, rugiu, avançando vagarosamente, como que rastejando, arrastando as patas traseiras. Avançou mais uns metros, parando a curta distância, emitindo um rugido assustador como eu nunca tinha ouvido!<br />Armas em riste, preparados para o que desse e viesse. O médico, com uma calma extraordinária, disse-nos: -“ ele não vai avançar mais!...”.<br />A verdade é que foram momentos de grande tensão. Mário, um homem de um sangue frio incrível, olhou para nós e com um sorriso, exclamou calmamente: - “ele tem a coluna vertebral fracturada!”.<br />O médico apontou ao leão pela derradeira vez, para o tiro de misericórdia, mas “Quico”, serenamente, com a sua mão esquerda baixou-lhe o cano da espingarda – “Dr., não pode fazê-lo! Avancemos para o búfalo e deixe que os guias se encarreguem do ritual e o enterrem à beira do caminho, onde o capim está sêco. Peço-lhe, Dr.!”<br />Mário continuou, não proferindo mais nenhuma palavra até ao jantar, à noite, no acampamento. Depois, à beira da fogueira, entre um “curvoisier” e duas larachas, perguntou a “Quico” o porquê da sua atitude, da sua quase súplica. Afinal estávamos em África, em plena selva, onde a Natureza dita, mais do que nunca, a sua lei.<br />- “Um leão tem de morrer com dignidade, a lutar! Sabe, Dr., eu sou do Sporting!}<br /><br />Na altura, “Quico” Vasconcellos e Sá era um jovem como eu..<br />Um grande abraço, Quico!<br />Fico feliz por saber que estás vivo e pujante!<br /><br />PS – Passaram décadas. Tempos fantásticos que vão e não voltam mais. Por um incrível acaso fui alertado por amigos para o facto de haver eventualmente por aqui um Vasconcellos e Sá do qual perdi o rasto há largos anos. Quico, se me leres, pergunta por mim no mesmo café-restaurante onde meninos e moços nos encontrávamos assiduamente com as nossas namoradas. Quero entregar-te o livro das minhas memórias de onde extraí este pedaço fabuloso da minha história passada em África e dar-te aquele abraço que não pude dar-te na altura em que deixei precipitadamente Lusaka. É só perguntares ao balcão ou ao gerente, por mim. Mais uma vez, um grande abraço!ANÍBAL CAEIROnoreply@blogger.com